Polícia



"Novo cangaço"

Criminosos atacam duas agências bancárias e obrigam moradores a fazer cordão humano no Vale do Rio Pardo

Na fuga, reféns foram levados pela quadrilha e liberados logo depois

04/12/2019 - 08h00min


Felipe Daroit
Felipe Daroit
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Brigada Militar / Divulgação
Câmeras de segurança registraram momento em que moradores formaram cordão humano

Uma quadrilha atacou duas agências bancárias no começo da tarde desta terça-feira (3), em Ibarama, no Vale do Rio Pardo. Os assaltantes obrigaram as pessoas que estavam na rua a formarem um cordão humano. Em seguida, integrantes do grupo criminoso entraram nos bancos, renderam funcionários e cometeram os roubos. Esse tipo de crime, no qual os  ladrões sitiam cidades do Interior e fazem reféns, é conhecido como novo cangaço. 

As agências bancárias atacadas são a do Banrisul e a do Sicredi. Ambas ficam na Rua Júlio Bridi, na área central do município que tem cerca de 4,5 mil habitantes. Moradores relataram que disparos para o alto foram efetuados pelos criminosos, como forma de amedrontar as pessoas.

Segundo a delegada Graciela Foresti Chagas, o bando chegou em um Cruze e estacionou em um posto de combustíveis que fica em frente à agência do Sicredi. Em seguida, os criminosos teriam solicitado que o carro fosse abastecido. Na hora de fazer o pagamento, que custaria R$ 100, renderam quem estava no local e caminharam até o banco levando o grupo como refém. 

— Dois homens ficaram no carro e foram até a agência do Banrisul, onde renderam pessoas que estavam na rua, antes de entrar no banco. Nos dois locais foi feito cordão humano — explicou a delegada.

Após os ataques, o bando fugiu levando três reféns em dois veículos: o Cruze no qual chegaram e um Golf cinza. Segundo a polícia, todas as vítimas foram liberados na saída da cidade e passam bem.

A Polícia Civil apura a informação de que, enquanto os assaltos estavam em andamento, outros dois criminosos entraram em uma residência, localizada em um dos acessos ao município, onde aguardariam a conclusão dos ataques, para depois fazer o resgaste da quadrilha.

Conforme a polícia, na fuga, os criminosos espalharam miguelitos. Por volta das 15h, o Cruze foi encontrado e parte do dinheiro, recuperada. A investigação ficará com a Delegacia de Roubos e Repressão de Crimes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). A BM fez buscas pelos criminosos na região, mas até a publicação desta reportagem ninguém havia sido preso. 

— Estamos com cerca de 30 viaturas e o helicóptero sobrevoando a região para tentar prender esses assaltantes. Em princípio, seriam sete criminosos. As buscas estão concentradas entre Sobradinho e Arroio do Tigre. Temos informações que eles estariam na mata, na localidade de São João — afirmou o comandante da Brigada Militar no Vale do Rio Pardo, coronel Valmir José dos Reis.






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