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Norte do RS

Caso Rafael: incrédula, comunidade de Planalto faz homenagem ao menino de 11 anos assassinado

Mãe da criança confessou à Polícia Civil participação no crime e alegou uso exagerado de medicamentos na vítima; IGP confirmou estrangulamento

27/05/2020 - 09h35min


Jeniffer Gularte
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Uma cidade incrédula. Assim está a pequena Planalto, de 10 mil habitantes, no Norte do Estado, desde que descobriu que o menino Rafael Mateus Winques, desaparecido há 10 dias, havia sido morto e que a mãe, Alexandra Dougokenski, 33 anos, confessou o crime. Na tarde de segunda-feira (25), ela confessou à Polícia Civil participação no assassinato e alegou uso exagerado de medicamentos na criança. Ainda na manhã desta terça-feira (26), o Instituto Geral de Perícias (IGP) confirmou que Rafael morreu estrangulado.

— Hoje não conseguimos fazer nada, parece que a vida não andou. É como se a gente tivesse parado no tempo tentando entender o que está acontecendo. Tenho vontade de seguir procurando por ele — afirma a professora Edi Polesso Marmentini, que conhecia a mãe do menino.

No final da tarde, a cidade ainda permanecia em silêncio. Uma faixa preta e um cartaz foram fixados em frente ao Instituto Estadual de Educação Padre Vitório, onde o menino cursava o 6º ano. Diretora da escola, Maria Cristina Rossi afirma que a turma de Rafael está consternada. Os coleguinhas não tiveram coragem de se despedir do amigo. Após 10 dias de buscas pelo paradeiro do garoto, ela se diz exausta com a revelação do crime:

— Está todo mundo consternado. A gente sabia que tinha algo por trás do sumiço dele, mas não achávamos que a mãe estava envolvida. É algo inaceitável. Estamos em pânico. Alunos e professores não tiveram condição de ir no velório de tão abatidos. Nossa escola não será mais a mesma. Vamos voltar para a sala de aula e não teremos mais ele. É triste demais.

Pelas redes sociais, uma manifestação foi organizada assim que a notícia da morte de Rafael foi confirmada, no começo da noite de segunda-feira (25). Por volta das 17h desta terça-feira, as poucas pessoas que se reuniram em frente à Igreja Matriz falavam baixo e pareciam não entender o que se passava. Planalto está tentando digerir a morte de Rafael. 

Centenas de carros com balões brancos e faixas pretas saíram rumo à Avenida Duque de Caxias, principal via da cidade, indo até a Delegacia de Polícia. Por meia hora, a carreata seguiu sem buzinas.

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Rafael Mateus Winques estava desaparecido há 10 dias

Quem não estava nos veículos espiava com olhar abalado pelas janelas das casas. As lojas que ainda estavam abertas fecharam as portas para os funcionários acompanharem a manifestação da calçada.

A um quilômetro dali, a casa onde o corpo do menino foi encontrado está isolada pela polícia. A residência fica na Rua Siqueira Campos, a mesma via onde se localizam a Delegacia de Polícia, o Fórum e o Conselho Tutelar. O cenário onde o corpo de Rafael foi encontrado é um imóvel pequeno de tijolo à vista, rodeado por sete árvores em um pátio bem cuidado, com grama recém-aparada.

— É uma coisa tão cruel. Eu só espero que ele esteja bem — afirma a professora da pré-escola de Rafael, Luciele Zaleski.

Na cidade, a principal dúvida da população é a mesma que ainda intriga a polícia: a confissão da mãe.

— Era uma mulher normal, levava-o na escola. Não era uma pessoa que podia dizer que era má — afirma a professora Edi.


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