Um sítio localizado em Taquara, no Vale do Paranhana, foi depredado e saqueado por criminosos após operação policial que apreendeu judicialmente o imóvel adquirido por grupo que montou pirâmide financeira e causou prejuízo de mais de R$ 25 milhões em cerca de cem vítimas da região. Foram levados móveis, eletrodomésticos e até o motor da piscina. A Polícia Civil instaurou inquérito e lacrou a propriedade, avaliada em R$ 6 milhões, para evitar novas invasões.

Os saques ocorreram provavelmente na semana passada, alguns dias depois da Operação Faraó ter sido deflagada, no dia 5. Segundo o delegado Ivanir Caliari, que investigou o caso por seis meses, o sítio foi adquirido como forma de lavagem de dinheiro. 

Depois que 14 suspeitos, indiciados nesta terça-feira (16) por crimes como estelionato, por exemplo, aplicaram um golpe nas vítimas, passaram a investir pelo menos R$ 10 milhões em criptomoedas, na bolsa de valores e na aquisição de 66 veículos e imóveis. Um deles, o sítio, foi avaliado inicialmente em R$ 3 milhões, mas Caliari acionou corretores de Taquara e o valor correto foi informado: R$ 6 milhões. O local tem piscina com borda infinita e até um bunker usado por facção criminosa, além de ser todo cercado por um muro de dois metros de altura.

— Após a prisão dos dois responsáveis, que estão entre os 14 indiciados, o local ficou vazio. Mesmo tendo sido sequestrado judicialmente, as câmeras de segurança e a cerca elétrica devem ter sido desligadas, o que favoreceu o ingresso dos criminosos — explica Caliari.

Uma informação apurada é de que vândalos teriam feito até festa no imóvel. A polícia foi avisada e lacrou o local, tanto portões quanto portas e janelas da casa central. Vizinhos foram acionados e receberam o contato direto dos agentes para avisar se houver nova tentativa de invasão. 

A polícia ainda não saber quantas pessoas realizaram o saque e não há imagens no local, mesmo assim um inquérito foi instaurado pra apurar quantos bens foram furtados e tentar localizar os ladrões. Outras imagens de locais próximos estão sendo procuradas para identificar algum veículo ou grupo suspeito.