Operação 7 Chakras
Terapeuta holístico preso em Canoas confessa abuso sexual de pacientes
Homem de 35 anos, formado em fisioterapia, foi denunciado por pelo menos duas mulheres

Um terapeuta holístico foi preso preventivamente nesta segunda-feira (29) pela Delegacia da Mulher de Canoas porque é investigado pelo abuso sexual de pelo menos duas pacientes, uma moradora do município e outra da zona norte de Porto Alegre. Após o suspeito ser detido, outras três mulheres procuraram a polícia para denunciar os crimes. Em depoimento, ele confessou parte das acusações feitas pelas vítimas. A operação foi chamada de 7 Chakras.
A delegada Clarissa Demartini, titular da Delegacia da Mulher no município e responsável pela apuração, diz que o terapeuta é investigado por violência sexual após ocorrências terem sido registradas na Polícia Civil. Segundo ela, o suspeito era procurado por mulheres com problemas psicológicos para atendimentos particulares relacionados à psicoterapia no bairro Igara, em Canoas. Inclusive, um mandado de busca foi cumprido nesta segunda-feira no local onde, na verdade, segundo Clarissa, as pacientes eram submetidas à "terapia sexual". Rogério Pizzato, 35 anos, se apresenta como fisioterapeuta especializado em tratamento holístico, além de se intitular palestrante, escritor, professor, atuante com física quântica e a técnica de apometria sistêmica.
— As vítimas apresentavam muita fragilidade emocional, ele se apresentava como mestre delas. Quando informavam que tinham algum problema íntimo e de cunho sexual, ele iniciava uma aproximação física até evoluir para o contato sexual — explica Clarissa.
A polícia afirma que o terapeuta sempre insistia para que o tratamento não fosse interrompido e muito menos informado para terceiros. O diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza, diz que o preso depôs nesta segunda-feira e que confessou parte das acusações. No entanto, a polícia explica que não pode revelar mais detalhes porque a investigação continua. O suspeito teve documentos, celular, notas e cheques apreendidos.
O advogado Hamilton Rodrigues de Oliveira destaca que não está mais no caso e que a família de Pizzato está procurando outro defensor. GaúchaZH ainda não conseguiu contato com a família do investigado. A delegada Clarissa ainda afirma que algumas vítimas que fizeram denúncias na Delegacia da Mulher de Canoas relataram que gastaram cerca de R$ 25 mil com os cursos ministrados pelo suspeito. A garantia seria de que o investimento iria auxiliar no crescimento profissional e na obtenção de mais dinheiro. Clarissa reitera que todo tipo de abuso deve ser denunciado e registrado na polícia.