Polícia



Feminicídio

Do trabalho como atriz pornô ao vício em drogas: a história da mulher encontrada morta em Novo Hamburgo

Kelen Elizandra Teixeira tinha 31 anos e deixa uma filha adolescente

24/07/2020 - 09h30min


Bruna Viesseri
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Polícia Civil / Divulgação
Kelen teria se envolvido com drogas quando trabalhou como acompanhante

Encontrada morta após ter sido asfixiada com uma mangueira, Kelen Elizandra Teixeira teve a vida abreviada aos 31 anos nos escombros de uma construção abandonada no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo. De acordo com a Polícia Civil, após algumas tentativas de largar as drogas — vício que adquiriu durante o trabalho como atriz pornô e acompanhante —, a jovem passou a viver nas ruas em 2019. O assassinato teria ocorrido após um desentendimento durante um programa. Um homem de 39 anos está foragido suspeito de ter cometido o feminicídio.

O corpo de Kelen foi encontrado no dia 1º de maio, em um local conhecido como ponto de drogas. Conforme a apuração policial, a jovem realizava programas para sustentar o vício nas drogas.

Aos 20 anos, Kelen havia sido atriz pornô e trabalhado com a produtora Brasileirinhas. Ela também atuou como acompanhante de luxo. Nesse período, se envolveu com cocaína e crack.

— Foi encontrada em um local completamente imundo, cheio de lixo. O corpo não condiz em nada com a moça que ela era, uma jovem bonita, mas que estava magra, esquelética — lembra a delegada Raquel Machado Peixoto, responsável pela delegacia da Mulher de Novo Hamburgo.

— Ela conseguiu ganhar muito dinheiro, mas não investiu. Chegou a comprar terreno na praia e carro de luxo, que depois vendeu para comprar drogas. Segundo a família, foram feitas várias tentativas de desintoxicação, mas não tiveram sucesso — completou.

Conforme a delegada, a mulher havia estudado em bons colégios e vinha de uma família de classe média do município. Aos 17 anos, Kelen se casou, se separando aos 20, quando iniciou o trabalho na ramo pornô. Além dos familiares, ela deixou uma filha de 14 anos.

— O que a gente vê é que ela acabou se perdendo, indo para o submundo mesmo, numa crescente. Com certeza, não era isso (o vício em drogas e a morte) que ela queria para si mesma. Ela estava em uma carreira, ganhou dinheiro e, infelizmente, acabou aceitando em algum momento experimentar um tipo de droga. Eu entendo essa menina como mais uma vítima da sociedade, mais uma vítima das drogas e mais uma vítima dos traficantes — diz Raquel.

Com mandado de prisão preventiva decretado em 12 de junho, o suspeito pela morte da mulher segue foragido.


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