Quatro meses de investigação
Polícia Civil apreende produtos suspeitos de falsificação em atacado de Sapucaia do Sul
No domingo, estabelecimento recebeu cerca de 6 mil pares de tênis que seriam distribuídos a lojistas de todo o RS
A Polícia Civil realizou, na manhã desta quinta-feira (20), a segunda etapa de uma operação para coibir a distribuição de produtos falsificados na Região Metropolitana. Cerca de 15 agentes cumprem mandado de busca em um atacado de Sapucaia do Sul suspeito de receber, no último domingo, aproximadamente 6 mil itens falsificados e que seriam distribuídos para lojistas de todo o Estado.
Após quatro meses de investigação e vários dias de monitoramento, policiais da 3ª Delegacia de Canoas obtiveram mandado judicial para realizar busca no local. O delegado Rodrigo Caldas, responsável pelo caso, diz que o nome do estabelecimento ainda não está sendo divulgado porque a ação deve durar boa parte do dia. Os dois sócios do atacado foram presos.
Segundo ele, foram aprendidos cerca de três mil pares de calçados – a maioria de uma marca específica; dois mil peças de roupas e cerca de mil acessórios como bonés e relógios.
— Os produtos não tinham procedência e alguns a gente pode notar na hora que são falsificados. Mas há outros bem sofisticados, inclusive mais caros, que é difícil notar que tenha sido fabricado de forma ilegal — explica.
Caldas diz ainda que são investigados apenas o sócio e o gerente, mas não descarta o envolvimento de mais suspeitos. Segundo o delegado, a polícia deve apurar, agora, os lojistas que compravam do local, que também podem ser responsabilizados — diferente de consumidores que adquirem os itens para uso pessoal. Nos próximos passos, a investigação tentará apurar as empresas que fabricavam e forneciam os produtos falsificados.
Segundo a polícia, os produtos chegam em grandes carregamentos, em caminhões, até o atacado de Sapucaia do Sul e seriam provenientes da China ou do interior dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, sendo vendidos apenas para lojistas do Rio Grande do Sul.
Além do não pagamento de impostos, há risco de problemas para a saúde dos consumidores pelo fato de as mercadorias não atenderem normas exigidas durante a fabricação. Segundo a polícia, o atacado vende, por mês, pelo menos R$ 300 mil em produtos suspeitos de falsificação.
No mês de junho, Caldas comandou a primeira ação contra este tipo de delito ao fechar um depósito de atacadistas em Canoas com mais de 5 mil pares de tênis falsificados. Na época, três pessoas foram detidos. Os produtos do estabelecimento, que foi alvo da ação, eram trazidos do Paraguai e abasteciam lojas apenas da Região Metropolitana.