Suspeito preso
"Parou a minha vida", relata vítima de estupro em salão de beleza na zona sul de Porto Alegre
Duas mulheres foram atacadas juntas em fevereiro de 2019 no local de trabalho. Investigado foi detido pela Polícia Civil
Há um ano e dez meses, duas mulheres viveram momentos de terror dentro do salão de beleza em que trabalhavam, na zona sul de Porto Alegre. Durante um assalto ao estabelecimento, foram imobilizadas e violentadas sexualmente. Na última sexta-feira (16), elas retornaram à polícia, dessa vez por causa da prisão de um suspeito de ter sido o autor do crime e de outros ataques semelhantes. No total, nove vítimas reconheceram o investigado.
No início de 2019, enquanto caminhava em direção ao salão em que trabalhava, uma mulher foi perseguida. Quando chegava ao estabelecimento, foi rendida pelo criminoso armado com uma faca. A vítima foi imobilizada e amordaçada na cozinha do local. Na sequência, quando a colega dela chegou ao salão, o criminoso também a atacou. As duas mulheres foram violentadas e ameaçadas de morte.
— Ele fincava a faca, dizendo "quem vai morrer primeiro?" — recorda a vítima, abalada.
Após cometer o crime, ele fugiu levando dinheiro e pertences das vítimas. Desde então, as mulheres precisaram lidar com o trauma do crime. Uma delas permaneceu três meses sem conseguir sair de casa. Até hoje, conta que, por vezes, não consegue dormir ou acorda relembrando o dia do crime.
— Foi algo que parou a minha vida — descreve a vítima.
Suspeito preso
Na sexta-feira, após meses de investigação, a Polícia Civil prendeu um suspeito do crime. Rodrigo Camargo, 44 anos, teve prisão preventiva decretada pela Justiça. Detido na zona sul da Capital, ele é investigado por nove ataques a mulheres (em dois casos, duas vítimas foram atacadas juntas, num total de 11), a maioria deles durante assaltos a estabelecimentos comerciais.
Segundo a delegada Adriana Regina da Costa, do Departamento de Polícia Metropolitana, após a prisão, nove mulheres reconheceram o autônomo como autor dos crimes dos quais foram vítimas. Duas não conseguiram fazer o reconhecimento porque, durante o ataque, foram obrigadas a não olhar para o autor.
Ainda conforme a Polícia Civil, o suspeito preferiu não prestar depoimento e se recusou a se submeter a coleta de material genético para comparação.
Como denunciar
Caso tenha sido vítima deste tipo, procure a polícia. Isso permitirá que o caso seja investigado e até pode evitar que novas mulheres sejam vítimas. É possível registrar por meio da Delegacia Online, ir até a delegacia mais próxima ou procurar a Delegacia da Mulher. Caso tenha alguma informação, também é possível contatar a Polícia Civil pelo 197 ou usar o Disque-Denúncia no 181.
Também é possível procurar a ajuda do Ministério Público. Em Porto Alegre, a Promotoria Especializada de Combate à Violência Doméstica e Familiar atende no Instituto de Previdência do Estado (IPE) do RS, na Avenida Borges de Medeiros, 1.945. Os telefones para contato são: (51) 3295-9782 ou 3295-9700. O horário de atendimento atual é das 13h às 18h. No Interior, é possível buscar auxílio nas promotorias locais, tanto presencialmente quanto por telefone. A denúncia também pode ser realizada pelo site do MP (neste link).