"Sem motivos"
Suspeitos de atirar rojão em ambulância são localizados e confessam ato de vandalismo
A Polícia Civil encontrou os dois suspeitos, com antecedentes criminais, que alegam ter agido sob efeito de drogas
A Polícia Civil localizou na manhã desta quarta-feira (7) os dois suspeitos de atirar um rojão em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estacionada na tarde de segunda-feira (5) na Avenida Ipiranga, bairro Partenon, zona leste de Porto Alegre. O carro que eles usaram, conforme imagens divulgadas, também foi encontrado.
Os dois confessaram o crime e disseram que foi um ato de vandalismo, sem nenhum motivo aparente, além de terem fumado maconha antes do fato. Eles vão responder, em princípio em liberdade, pelo artigo 251 do Código Penal, conforme o primeiro parágrafo: expor a perigo a vida, integridade física e patrimônio de outro, com pena de um a quatro anos de prisão e multa.
O titular da 11ª Delegacia de Polícia da Capital, delegado André Mocciaro, diz que não encontrou até o momento qualquer outro tipo de motivação, descartando atentado político ou pessoal.
— Sob efeito de drogas, eles resolveram fazer arruaça sem escolher vítima e sem nenhuma motivação, tanto é que atiraram rojões em outros lugares um pouco antes. O importante é que conseguimos localizar o carro que eles usaram para se aproximar da ambulância e atirar o rojão porque nos enviaram mais imagens, conforme solicitamos para a comunidade — destaca Mocciaro.
De acordo com a investigação, que fez um monitoramento do trajeto dos suspeitos por meio de várias imagens de câmeras de segurança, os dois foram vistos pela primeira vez passando com o Corsa Sedan de cor escura na Avenida Alberto Bins, no Centro. Mocciaro diz que eles fumaram maconha um pouco antes de passarem pelo local. Depois, seguiram até a Avenida Osvaldo Aranha e atiraram um rojão na Redenção, sendo lançado outro na sequência em uma rua nas proximidades do parque.
O terceiro artefato foi arremessado de dentro do carro, ainda em movimento, em direção à ambulância estacionada em frente à sede do Samu. Dois socorristas, que foram acionados para depor novamente entre terça-feira e esta quarta-feira, tiveram ferimentos leves. Um deles teve escoriações em uma das pernas e outro teve um leve problema auditivo, sendo os dois atendidos e liberados no mesmo dia do crime.
Antecedentes criminais
Mocciaro não está divulgando os nomes dos dois devido à Lei de Abuso de Autoridade, mas diz que um tem 30 anos e o outro 31 anos. O primeiro, localizado nesta quarta-feira na casa da sua mãe, na zona leste da cidade, tem antecedentes criminais por dano, ameaça, furto, receptação e posse de drogas. O outro, localizado em residência próxima à casa da mãe do comparsa, tem passagem pela polícia por tráfico, posse de arma, desacato, violência doméstica e contra idoso, além de tráfico de drogas. Inclusive, já esteve no sistema prisional devido à venda de entorpecentes.
O delegado ressalta que os dois confessaram o crime meramente por vandalismo e que compraram o rojão em uma loja no bairro Cidade Baixa. O veículo e rojões semelhantes, apreendidos no estabelecimento comercial, foram encaminhados para a perícia. Apesar da pena de até quatro anos, após o indiciamento, os dois devem responder pelo crime, pelo menos até o momento, em liberdade.