Violência
Para Leite, cor da pele interferiu no assassinato de João Alberto no Carrefour
Homem negro morreu após ser espancado por seguranças do estabelecimento na noite de 19 de novembro
O governador Eduardo Leite voltou a comentar o assassinato de João Alberto Freitas, 40 anos, dentro de uma loja do Carrefour, em Porto Alegre. Nesta quinta-feira (3), afirmou que o fato de a vítima ser negra contribuiu para a violência: Freitas morreu após ser espancado por seguranças na noite de 19 de novembro.
— Eles (seguranças) podem não ter agredido deliberadamente por (Freitas) ser negro, mas, certamente, o fato de ele ser negro interferiu no juízo, na minha visão. Pode não ter sido assim, deliberadamente: "Vou bater e vou matar esse homem porque ele é negro", mas que eles (seguranças) podem ter se prevalecido daquela situação por ele ser negro, eu diria que, muito possivelmente, sim — afirmou o governador durante live com o humorista Nego Di.
— O fato de o João Alberto ser negro, mesmo que inconscientemente, interfere no juízo daquelas pessoas de que eles podem ser agressivos do jeito que foram, porque com um homem negro não precisariam tomar cuidados como tomariam, talvez, na agressão a um homem branco — complementou.
Leite disse ainda que o inquérito realizado pela Polícia Civil irá indicar "exatamente qual foi a circunstância que levou àquela agressão", que classificou como "desmedida" e "horripilante".
A Polícia Civil ainda trabalha no inquérito do caso. Três pessoas foram presas até o momento: os dois homens que aprecem agredindo a vítima nas imagens, identificados como Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, detidos em flagrante, e a fiscal do Carrefour Adriana Alves Dutra.
À época do crime, Leite lamentou o episódio e afirmou que "todo o esforço do Estado (estará) na apuração para que os responsáveis por esse crime enfrentem a Justiça".