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Polícia investiga mais dois advogados de Porto Alegre que usaram atestados falsos para liberar detento

Dois advogados são suspeitos de obter documentos falsificados para alegar que cliente estaria em grupo de risco do coronavírus

07/12/2020 - 10h54min

Atualizada em: 07/12/2020 - 10h54min


Cid Martins
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Polícia Civil / Divulgação
Policiais civis cumpriram mandados de busca e apreensão nas casas de dois advogados e na do apenado que foi solto

Na terceira fase de uma investigação sobre uso de atestados falsos para liberar presos que pertenceriam a grupo de risco do coronavírus, a Polícia Civil cumpriu nesta segunda-feira (7) três mandados de busca em Porto Alegre. O objetivo foi buscar provas contra dois advogados que liberaram neste ano um detento do Presídio Central que tem vários antecedentes por homicídio. Em abril e maio, nas duas primeiras etapas, dois advogados — na Capital e em Gravataí — foram detidos pelo mesmo tipo de suspeita.

A chamada "Operação Avocat", advogado em francês, foi realizada pelo delegado Max Ritter, da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Segundo ele, 25 agentes apreenderam computadores e documentos nas casas de dois advogados e também na residência do detento que foi liberado.

Na casa de um dos advogados, foram apreendidos R$ 15 mil em dinheiro, e na do apenado, um homem foi preso em flagrante por tráfico de drogas.

Ritter ressalta que a medida foi adotada após novos indícios envolvendo outros suspeitos de obter atestados falsos para obter, no início da pandemia, liberação de presos ao alegar que estariam com doenças. Com isso, fariam parte do grupo de risco de contaminação da covid-19.

Crimes

Os crimes apurados são contra fé pública, associação criminosa em decorrência da concessão de prisão domiciliar do detento — que estava no Presídio Central — e que tem diversos registros policiais por homicídios.

O apenado foi recapturado em Santa Catarina e atualmente está na penitenciária de Canoas sem qualquer tipo de problema de saúde.

Em abril, um advogado foi preso em Gravataí após indícios de ter cometido o mesmo tipo de crime. Depois dessa ação, que foi a primeira fase da investigação, outro advogado foi detido no mês de maio, também em Porto Alegre.

Ritter destaca que os nomes dos dois advogados investigados no momento não estão sendo divulgados porque a investigação continua e ainda porque foram alvo, por enquanto, apenas de buscas e apreensões.


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