São Leopoldo
Delegado denunciado pelo Ministério Público diz que foi envolvido na investigação "por engano"
Rodrigo Lorenzini Zucco afirma que tinha autorização judicial para fazer "ação controlada e infiltração" e que isso pode ter causado erro do MP
O delegado Rodrigo Lorenzini Zucco, denunciado pelo Ministério Público (MP) por supostamente forjar flagrantes e cobrar valores para não formalizá-los, sustenta que seu nome foi envolvido na investigação “por engano”.
Segundo Zucco, a confusão ocorreu porque ele tinha autorização judicial para fazer “ação controlada e infiltração” desde 2015. Nesse tipo de trabalho, policiais podem, por exemplo, deixar de realizar atos que são obrigatórios em determinadas circunstâncias, como a prisão de um suspeito.
Desta forma, Zucco acredita que a Promotoria Especializada Criminal pode ter interpretado de forma equivocada algum ato por ele cometido dentro dessa ação controlada.
– Grande equívoco do MP. Eles não tinham conhecimento dessa autorização judicial – diz o delegado, que é titular da 2ª Delegacia da Polícia Civil de São Leopoldo.
Zucco forneceu a GZH o documento que comprova a autorização judicial, emitida em 2015 pela 1ª Vara Criminal de São Leopoldo. Segundo o delegado, o trabalho envolvia investigações relacionadas à facção Os Manos e durou cinco anos.
GZH revelou nesta quarta-feira (24), que Zucco foi denunciado pelo MP por concussão e denunciação caluniosa. Outros cinco policiais que atuavam na região também foram alvo de investigação e denúncia. Os agentes foram enquadrados também por falso testemunho.
A denúncia, encaminhada à Justiça de São Leopoldo, ainda está sob análise. O MP confirma o trabalho, mas não revela detalhes da investigação. Nem mesmo se o caso tem relação com a ação controlada que Zucco cita.
GZH fez contato com o MP. Como o caso está sob sigilo, o promotor não fala sobre detalhes da investigação, mas confirma que foi feita a denúncia e que aguarda análise da Justiça de São Leopoldo para se manifestar.
O delegado Zucco informou já ter feito contato com a Promotoria Especializada Criminal, colocando-se à disposição para apresentar documentos da ação controlada:
– Pedi para ser ouvido para desfazer o erro. Vou comunicar o Judiciário local também antes que uma injustiça ainda maior seja feita.