Por dois dias seguidos, a Brigada Militar precisou intervir junto a um suspeito de estar disseminando o coronavírus em cidades do norte gaúcho. Relatos feitos à polícia apontam que o homem de 49 anos cuspia nas mãos e passava em maçanetas, corrimãos e veículos em Planalto e Iraí.

Após ser detido, foi submetido ao teste de covid-19, que teve resultado positivo. Ele alegou estar em tratamento contra a depressão. No momento, está internado em um hospital da região. Se confirmado, ato fere o artigo 268 do Código Penal por "infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa", e prevê detenção de até um ano. 

As primeiras informações da ocorrência foram registradas na quarta-feira (3), em Planalto. O setor que atua na fiscalização de ações contra a covid-19 recebeu diversas denúncias, além de imagens de câmeras de segurança.

O homem foi detido e encaminhado para triagem em um centro de saúde, onde teve a confirmação da doença. Ele disse que não sabia que estava com covid e negou que estivesse disseminando o vírus. Por fim, assinou um termo circunstanciado e foi orientado a ficar em isolamento em casa.

A prefeitura da cidade divulgou uma nota nas redes sociais, relatando o fato e pedindo à população que "tenha cuidado, especialmente no centro do município, e onde tocar, higienizar rapidamente as mãos”.

— Ele foi abordado e depois deixado em casa. Ele não poderia sair. Mas acabou pegando uma carona e indo para o município vizinho — relata Patricia Zanella, assessora da prefeitura de Planalto.

Assim que a notícia se espalhou, fotos do suspeito foram divulgadas nas redes sociais de moradores da região, o que facilitou sua identificação na manhã desta quinta-feira (4), na cidade de Iraí. Ele se comportava de forma semelhante ao dia anterior. Ao ser abordado pela polícia, não resistiu e aceitou ser encaminhado de ambulância ao Hospital Nossa Senhora Auxiliadora.

Ele deverá assinar um novo termo circunstanciado no município de Iraí, onde a última ocorrência foi registrada. A Polícia Civil não informou quais serão os próximos passos da investigação.