Região Metropolitana
Homem é investigado por forçar cachorro a cheirar fumaça de cigarro de maconha em Esteio
Polícia Civil resgatou o animal nesta segunda-feira
Um cão foi resgatado na manhã desta segunda-feira (19) em Esteio, na Região Metropolitana, pela Polícia Civil. Após agentes da 2ª Delegacia Regional Metropolitana receberem uma denúncia sobre maus-tratos, eles obtiveram mandado judicial de busca e apreensão e retiraram o animal que estava na residência do proprietário. Segundo imagens recebidas, o homem sacode o cachorro pequeno, de cor branca, em uma casa com o som de uma música em alto volume, além disso, coloca um cigarro de maconha na frente da narina do animal, forçando-o a cheirar a fumaça.
Durante a abordagem policial em uma residência no bairro Tamandaré, o cão, chamada Pirata – todo branco e com uma mancha preta em um dos olhos, com oito anos, da raça pinscher –, foi entregue aos agentes. No local, estava o pai do dono do cachorro. Mesmo assim, o proprietário do animal foi acionado no endereço onde trabalha.
Ao chegar em casa, ele foi ouvido pelos policiais e confessou que tinha maconha em casa, entregando o entorpecente para os agentes. O diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza, diz que o homem negou os maus-tratos e que desconhecia as imagens.
— Ele disse que não era ele e que se soubesse que estavam dando maconha para o animal cheirar, não iria permitir. Mas, ao ver o vídeo, ele ficou em silêncio e não falou mais nada, muito menos o motivo porque colocava a fumaça do entorpecente para o cão cheirar — ressalta Souza.
Maus-tratos
Por não configurar flagrante, a Polícia Civil vai indiciar o homem por maus-tratos, o que pode levar, se condenado, a uma prisão de dois anos a cinco anos. Neste caso do Pirata, Souza lembra que um cachorro tem o olfato 44 vezes superior ao do ser humano e, por isso, mesmo que o cão esteja, em princípio em bom estado de saúde, ele vai ser encaminhado para um veterinário por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. O objetivo é confirmar se o cachorro inalou fumaça de maconha.
O nome do homem não foi divulgado devido à Lei de Abuso de Autoridade, mas ele tem antecedentes por lesão corporal e perturbação da tranquilidade. Uma segunda pessoa que aparece no vídeo também vai ser responsabilizada. A ação fez parte da Operação Arcas da 2ª Delegacia Regional Metropolitana. Em 21 edições, 195 animais foram resgatados.
Veterinário
O veterinário Alexandre Pezzi diz que a maconha pode causar problemas no sistema nervoso central do cão, como depressão e ataxia — transtorno que pode afetar a coordenação motora do animal. Ele destaca que o cão pode ter ainda tremores musculares e problemas gastrointestinais como vômitos, entre outros fatores. Com o tempo, dependendo das doses, pode causar óbito. Nestes casos, Pezzi diz que isto é mais raro.
— A ingestão também é preocupante, inclusive já tive dois casos, mas quando o cachorro comeu sem querer após o dono deixar a bituca atirada no chão. Mas os dois casos, dependendo da quantidade, os riscos são maiores para o cachorro do que para o ser humano devido ao olfato apurado — ressalta Pezzi.
O Pirata foi encaminhado para o abrigo da Secretaria de Meio Ambiente de Esteio e posteriormente, após exames, deve ser encaminhado para adoção.
Denúncias anônimas de maus-tratos como esse podem ser feitas pelo telefone (51) 3425-9063, pelo e-mail canoas-sipac@pc.rs.gov.br ou pelo WhatsApp (51) 98459-0259.