Sistema Prisional
Número de presos em viaturas e delegacias volta a aumentar no RS
Conforme sindicato dos agentes da Polícia Civil, pelo menos 118 detentos aguardavam por vaga em penitenciárias na manhã de quarta-feira
Após reduzir durante o último final de semana, o número de presos em viaturas e delegacias voltou a aumentar no Rio Grande do Sul. Segundo levantamento realizado pela Ugerim, sindicato que representa os agentes da Polícia Civil gaúcha, pelo menos 118 detentos aguardavam vaga no sistema prisional na manhã desta quarta-feira (14). No último domingo (11), havia menos de 70 pessoas detidas de forma improvisada, conforme levantamento da Secretaria de Administração Penitenciária.
Em Porto Alegre, somente na 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), no Palácio da Polícia, 24 presos estavam em celas improvisadas, enquanto outros 11 aguardam em veículos da polícia.
Ao todo, incluindo cidades da Região Metropolitana, cerca de 20 detentos estão presos em viaturas da Brigada Militar. O levantamento não inclui a situação dos principais municípios do interior do Estado.
De acordo com o presidente da Ugerim Sindicato, Isaac Ortiz, a situação preocupa não somente pela questão da segurança, mas também pela possibilidade do surgimento de casos de coronavírus entre os agentes e pessoas que circulam nesses locais.
Confira os números de presos em viaturas ou delegacias
- 2ª DPPA de Porto Alegre - 24 presos
- 3ª DPPA de Porto Alegre - 1 preso
- Departamento Estadual de Investigações Criminais de Porto Alegre - 6 presos
- Denarc em Porto Alegre - 1 preso
- Departamento de Homicídios em Porto Alegre -4 presos
- DPPA de Canoas - 23 presos
- DPPA de Alvorada - 14 presos
- DPPA de Novo Hamburgo - 14 presos
- DPPA de São Leopoldo - 6 presos
- DPPA de Gravataí - 10 presos
- DPPA de Viamão - 6 presos
- DPPA de de Charqueadas - 2 presos
- DPPA Capão da Canoa - 3 presos
- DP Torres - 2 presos
- DP Butiá - 2 presos
O que diz a Secretaria de Administração Penitenciária
Por meio de nota, a Secretaria de Administração Penitenciária afirma que o aumento no número de presos em delegacias e viaturas ocorre, principalmente, em razão do crescimento de ações relacionados ao programa RS Seguro.
A Seapen reconhece o déficit de vagas no sistema prisional e informa que segue articulando em parceria com a Polícia Civil, Brigada Militar e Judiciário para normalizar a situação o mais breve possível.
O problema de superlotação acontece há pelo menos seis anos no Estado. A Justiça chegou a interditar parcialmente vários presídios da Grande Porto Alegre por este motivo. O governo do Estado prometeu acabar com a situação dos presos em viaturas e delegacias com a criação do Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), mas com atraso na obra, o núcleo não deve ser entregue neste ano.
O começo da construção da estrutura, no entanto, levará pelo menos mais um ou dois meses, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (Seapen). A promessa é que, quando pronto, o espaço tenha 708 vagas e funcione como local de passagem para pessoas detidas, com acompanhamento do Judiciário e de outros órgãos, antes do ingresso definitivo no sistema prisional.