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Desde janeiro

 PRF alerta sobre trechos de rodovias gaúchas com maior incidência de veículos atingidos por pedras

Um dos pontos fica na entrada de Porto Alegre pela freeway, onde uma passageira morreu após ser atingida por paralelepípedo

18/06/2021 - 07h00min

Atualizada em: 18/06/2021 - 07h00min


Cid Martins
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Lauro Alves / Agencia RBS
A entrada de Porto Alegre, entre a freeway e a Avenida Castelo Branco, é um dos oito trechos apontados pela PRF

Com o objetivo de alertar motoristas, mesmo que em alguns locais não se tenha registros recentes, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informa os oito trechos de rodovias que mais têm incidência de atendimentos a chamados telefônicos sobre veículos atingidos por pedras desde janeiro deste ano. Cerca de 50% das ocorrências foram registradas​​ na BR-290 — com parte na freeway — e 15% na BR-116. 

Os casos costumam acontecer em áreas com pontes, passarelas ou rótulas nas duas vias, principalmente em Porto Alegre, Gravataí e Canoas, na Região Metropolitana. Também houve registros na BR-448 e na BR-392, em Pelotas e Rio Grande, na Região Sul

Em uma dessas localidades, na entrada da Capital pela Avenida Castelo Branco, a passageira de um carro morreu no último sábado (12) após o veículo em que ela estava ter sido atingido por um paralelepípedo. Enquanto a Polícia Civil segue na busca por imagens, testemunhas e suspeitos envolvendo a morte de Munike Fernandes Krischke, 45 anos, o objetivo é alertar os demais motoristas sobre esses casos. No mesmo dia em que a vítima foi atacada, outros dois condutores também registraram ocorrência, um deles 40 minutos antes, mas ambos tiveram apenas danos materiais. 

A ação ​​​​​pode estar vinculada à tentativa de assalto ou vandalismo. Por isso, o inspetor Felipe Barth, da PRF, destaca uma lista de trechos onde estes fatos ocorreram com maior incidência em vias federais: quatro na BR-290, mais dois BR-116, dois na BR-392 e BR-448.

Segundo o​ levantamento, os números exatos de ocorrências não estão sendo divulgados no momento porque ainda estão sendo analisados. Um dos motivos é verificar se, por exemplo, quatro ou cinco chamados poderiam envolver um mesmo fato, bem como contabilizar como a ocorrência foi finalizada: se foi ataque, se foi acidente, entre outros. Então, o objetivo da PRF em já anunciar os trechos é alertar sobre possíveis riscos, além de solicitar sempre a comunicação dos casos para as autoridades.

— Lembramos que, em alguns chamados, os casos não se confirmam, mas verificamos todos, até porque também há fatos envolvendo ataques, que podem ser vandalismo ou tentativas de assaltos — explica Barth.

Chamados sobre veículos atingidos por pedras

  • BR-290 - 50%
  • BR-116 - 15%
  • BR-448 - 10%
  • BR-392 - 9%
  • Outras - 16%
Lauro Alves / Agencia RBS
Pedras são vistas pelo acostamento no techo da freeway onde Munike foi morta

BR-290

Barth destaca que o trecho entre a freeway e a Avenida Castelo Branco, em Porto Alegre, é o ponto com maior incidência desde janeiro, tanto para quem entra quanto para quem sai da Capital, mas podendo se estender também até a alça de acesso da nova ponte do Guaíba. A alça de acesso à ponte antiga, que tem o vão móvel, foi o trecho em que Munike e o marido foram atingidos

Inclusive, uma reunião entre as autoridades foi realizada nesta quinta-feira (17) em busca de maior intensificação das ações e de medidas para auxiliar na segurança em regiões com pontes, passarelas e rótulas, como por exemplo, grades de proteção, cercamento no entorno e câmeras de monitoramento.

Freeway: da Capital à Gravataí

A autoestrada — trecho da freeway pela BR-290 — tem dois pontos que necessitam de atenção, mas que, atualmente, não tem tido mais registros de chamados telefônicos, segundo a PRF. Um dos locais em que os motoristas devem ficar alertas é na saída de Porto Alegre pela Avenida Assis Brasil, na  zona norte, e ingressando na freeway.

O outro ponto na rodovia fica em Gravataí, em uma rótula na altura do quilômetro 68, próximo a um condomínio de casas que tem às margens da autoestrada. 

Ilhas do Guaíba

A PRF informa que o trecho da BR-290 que abrange parte das ilhas do Guaíba já foi um dos que mais preocupava motoristas e autoridades. No entanto, as ocorrências diminuíram nas últimas semanas e, mesmo desde janeiro, elas foram espaçadas e sem gravidade. O ponto exato que tem maior incidência de chamados é na ponte sobre o Rio Jacuí, ainda no lado de Porto Alegre, mas em direção a quem acessa Eldorado do Sul.

BR-116

Com um relato e a abordagem a um suspeito na BR-116, em Canoas, minutos antes do ataque a Munike na entrada da Capital, a PRF informa que o trecho entre o município e Porto Alegre é o segundo no Estado que mais teve ligações por parte de motoristas sobre carros atingidos por pedras nos últimos seis meses. O alerta é para todo o trajeto entre as duas cidades, mas a parte da rodovia que cruza com a freeway, pouco antes da estação Anchieta do metrô, requer maior atenção.

BR-448


O inspetor Barth explica que não há trecho específico com maior número de chamados na BR-448, entre a Capital e Sapucaia do Sul, mas na parte de Canoas, onde há algumas moradias nas proximidades da via, é o local de onde os motoristas mais avisaram a PRF sobre carros apedrejados.

— Volto a dizer que tem muitos casos de vandalismo, mas mesmo que seja tentativa de assalto, em alguns deles, esses suspeitos se deslocam a pé — complementa Barth.

BR-392

Com 9% do total de chamados neste ano sobre veículos atingidos por pedras, o trecho da BR-392 entre Pelotas e Rio Grande também requer um alerta. Segundo Barth, os pontos são nas imediações do acesso ao Porto de Rio Grande

Já em Pelotas, são pontos espaçados, mas sempre onde tem conjuntos de residências às margens da estrada. Os outros 16% dos atendimentos neste ano, por parte dos policiais rodoviários, foram em diversas rodovias federais do Estado, contudo, fatos isolados e também sem gravidade.  

Lauro Alves / Agencia RBS
Segundo a polícia, este é o local mais provável da ponte do Guaíba de onde foi atirada a pedra que matou a passageira Munike

Rodovias estaduais

Sobre as rodovias estaduais da Região Metropolitana, o responsável pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), coronel Luciano Moritz, informa que não ocorreram ataques com pedras nas estradas. Mesmo assim, garante que a fiscalização deste tipo de ocorrência faz parte da rotina dos policiais.


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