Indicadores da violência
Homicídios, latrocínios e feminicídios caem no primeiro semestre no RS
Segundo a SSP, crimes contra a vida registraram o menor índice para o período dos últimos 10 anos
O Rio Grande do Sul teve 870 casos de homicídios, latrocínios (roubo com morte) e feminicídios de janeiro a junho deste ano, uma redução de 18,5% na comparação com o mesmo período do ano passado — quando foram 1.068 ocorrências registradas. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), trata-se do menor índice para o semestre desde 2012, quando os dados destes três tipos de crime passaram a ser contabilizados individualmente.
Ainda conforme a pasta, o pior período foi o primeiro semestre de 2017, com 1.749 casos. Os dados relativos a 2021 foram divulgados nesta quinta-feira (8).
O vice-governador e titular da SSP, Ranolfo Vieira Júnior, diz que as reduções não são resultados específicos de um mês ou até de um semestre, mas de um trabalho contínuo das forças de segurança e de investimentos em equipamentos, viaturas, armas e tecnologia nos últimos anos.
— Vamos anunciar nos próximos dias investimentos consideráveis nessa área, além do sistema prisional, que nesta semana tivemos a formação de mais de 400 agentes. A segurança tem conexão com todas as áreas e traz qualidade de vida, traz desenvolvimento e atrai investidores, já que é uma das primeiras questões analisadas pelos empresários — ressalta.
A SSP destaca que o Estado tem um índice de 14,8 mortes violentas para cada 100 mil habitantes, e a meta é que este número chegue a 10 mortes — que é considerado razoável para se ter qualidade de vida, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
A chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, destaca que o trabalho integrado, a troca de informações e o registro policial — no caso de feminicídios — têm sido fundamentais para a elucidação de crimes contra a 5vida. Ela chama a atenção, contudo, para as mortes de mulheres por questão de gênero.
— Houve diminuição, mas foi o indicador que menos reduziu. Por isso, ressalto o feminicídio, que é o indicador mais difícil de se controlar. Das seis vítimas de junho, só uma tinha ocorrência policial, nenhuma tinha pedido de medida protetiva. Então, muitas vezes, elas são invisíveis para os órgãos de segurança pública. Estamos estimulando a comunidade a denunciar, a se envolver nesse tema e isso tem ajudado a reduzir. Abrimos mais e mais os canais de denúncias, além de intensificar as operações nas Delegacias da Mulher — afirma.
Feminicídios
Após dois meses em alta, os feminicídios diminuíram em junho e, na soma total do primeiro semestre, são 48 mulheres mortas por questões de gênero no Rio Grande do Sul. No mesmo período do ano passado, foram 51 casos — uma redução de 6%.
Para denunciar casos de violência contra a mulher contate o Disque-Denúncia pelo telefone 181. Além disso, há os Centros de Referência da Mulher, delegacias especializadas e a Defensoria Pública.
Homicídios
Com relação aos homicídios, a queda foi de 19% entre janeiro e junho, com 795 casos. No mesmo período de 2020, foram 981 vítimas.
De acordo com a SSP, a maior redução ocorreu nas 23 cidades priorizadas pelo programa RS Seguro, colocado em prática desde fevereiro de 2019 e que intensifica o combate ao crime nos locais em que ele mais acontece. Neste conjunto de municípios, foram 122 assassinatos a menos no período.
Ao todo, seis cidades, entre as 23, não tiveram homicídios em junho. Há ainda locais que não registram assassinatos há cinco meses.
A SSP informa, por exemplo, que, várias cidades com histórico de crimes contra a vida — conforme estatísticas anteriores de cada um dos locais — não tiveram homicídios em junho e algumas há cinco meses.
- Farroupilha – sem homicídios há cinco meses
- Capão da Canoa – sem homicídios há três meses
- Lajeado e Sapucaia do Sul – sem homicídios há dois meses
- Canoas (3ª maior cidade do RS) e Esteio – sem homicídios em junho deste ano
Em Lajeado, por exemplo, o coronel Douglas da Rosa, comandante da Brigada Militar no Vale do Taquari, diz que o trabalho é resultado de três ações diretas e que são colocadas em prática em todo Estado: melhora no atendimento ao telefone 190, operações e barreiras de visibilidade, além de repressão qualificada e integrada a criminosos.
Latrocínios
Os latrocínios também tiveram redução no primeiro semestre deste ano: foram 27 casos, contra 36 do mesmo período de 2020. A queda foi de 25%. Segundo a SSP, é o menor índice desde que os delitos começaram a ser contabilizados, em 2002.
No mês passado, foram quatro ocorrências do tipo no Estado.