Crime em Imbé
Justiça decreta prisão preventiva de madrasta do menino Miguel
Bruna Nathiele Porto da Rosa, 23 anos, retornou ao Instituto Psiquiátrico Forense. Buscas pela criança completam 29 dias
A Justiça decretou, nesta quinta-feira (26), a prisão preventiva de Bruna Nathiele Porto da Rosa, 23 anos, madrasta do menino Miguel dos Santos Rodrigues, sete anos, desaparecido em Imbé, no Litoral Norte. A decisão é do juiz Gilberto Pinto Fontoura, da 1ª Vara Criminal de Tramandaí.
Bruna estava recolhida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba desde o último dia 19, e retornou nesta quinta-feira para o Instituto Psiquiátrico Forense, em Porto Alegre. O instituto recebe criminosos com doenças mentais que cumprem medida de segurança.
Segundo o delegado Antônio Carlos Ractz Júnior, responsável pelo caso, o pedido de prisão preventiva da madrasta foi feito na última quarta-feira (25), levando em conta a proximidade do final do prazo da prisão temporária, decretada no início do mês.
No último dia 18, a Justiça aceitou a denúncia apresentada contra Bruna e Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 26 anos, mãe da criança, fazendo com que elas se tornassem rés pelos crimes — o Ministério Público havia denunciado as duas por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e tortura.
Como no caso de Bruna foi instaurado incidente de insanidade mental, para verificar se ela possui condições de responder pelos crimes, o processo só terá andamento para ela após resposta da análise psiquiátrica.
GZH tenta contato com a defesa de Bruna, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Jean Severo, advogado de Yasmin, informou que está preparando a resposta à acusação de sua cliente e que, depois disso, uma audiência será marcada.
— Yasmin irá esclarecer todos os pontos ao magistrado — afirmou Severo.
Buscas
Nesta quinta-feira, as buscas pelo menino Miguel completam 29 dias. O trabalho é feito por oito bombeiros simultaneamente, cada dupla mobilizada em quatro viaturas em Torres, Capão da Canoa, Tramandaí e Cidreira.
Segundo o tenente Elísio Lucrécio, que comanda os trabalhos, a água turva segue dificultando a procura, que tem sido feita apenas pela orla. O drone da corporação não está sendo usado, pois demanda água limpa para a visualização ideal do mar.
Conforme Lucrécio, o trabalho não tem previsão para ser interrompido.
— Vamos continuar as buscas na beira porque pode ser que o mar coloque ele para fora. Como as correntes são fortes e longas, também não descartamos que apareça no litoral de outros Estados, como Santa Catarina, Paraná e São Paulo.