Bastidor
Empresas de segurança têm sete armas perdidas a cada dia
Média de perdas por furto, roubo e extravio está em estatísticas da Polícia Federal divulgadas por agência de dados
É possível formar uma brigada paralela do crime organizado só com perdas de revólveres, espingardas e pistolas por parte de empresas de vigilância. De janeiro de 2017 até agosto de 2021, serviços de segurança privada no Brasil tiveram 12,5 mil armas sumidas – entre roubos, furtos e extravios sofridos. A média, portanto, é de sete armas desaparecidas por dia, a maioria levada por ladrões. Os dados são da Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas.
Os dados foram obtidos por meio de estatísticas fornecidas pela Polícia Federal, via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Conforme essas estatísticas, o país tem 246 mil armas em mãos de empresas de vigilância. A maioria absoluta, 82%, revólveres. O Rio Grande do Sul ocupa o quinto lugar no ranking bélico, com 16,4 mil armas. Já no ranking de arsenal desaparecido, está em sétimo lugar em 2021 (esse dado, referente a anos anteriores, não foi compilado).
E alguém é punido pelo desaparecimento de tão perigosos itens, pergunta-se o leitor? Sim. As empresas de vigilância sofrem um duplo prejuízo com esse tipo de fenômeno. O primeiro, óbvio, é a perda da arma em si, que traz ainda embutido o risco de armar bandidos. A segunda perda é com sanções por parte da PF. Foram 17 mil multas aplicadas desde 2016, num total de R$ 43 milhões em valores que tiveram de ser desembolsados por firmas brasileiras de segurança. A Polícia Federal também cancelou o alvará de funcionamento de 516 empresas nesse período. Fica o recado...cuidem do seu arsenal, ou vão perder dinheiro e armar criminosos.