Mistério
Polícia Civil investiga desaparecimento de jovem de 27 anos em posto de combustíveis de Porto Alegre
Paulo Roberto Soares Mendes foi visto pela última vez na Avenida Sertório em 11 de setembro
A Delegacia de Polícia de Investigação de Pessoas Desaparecidas apura o sumiço de um jovem de 27 anos que foi visto pela última vez em 11 de setembro, na zona norte de Porto Alegre. Paulo Roberto Soares Mendes estava em um posto de combustível na Avenida Sertório, próximo à região da Vila Nazaré, quando desapareceu.
A Polícia Civil trabalha com dois relatos sobre o que Mendes foi fazer no local: o primeiro é de que ele teria ido encontrar uma mulher com quem vinha conversando pelo Facebook e o outro é de que estava aguardando uma pessoa com quem negociaria um carro. Imagens de câmeras de segurança do local mostram Mendes aguardando e conversando pelo celular no posto. Em determinado momento, chegam três homens e levam ele junto. Mendes é arrebatado e colocado dentro de um carro.
— Estamos tentando identificar o carro. Era um modelo sedan. Depois disso, ele desaparece. A própria família diverge sobre o que ele ia fazer no posto. Cada um diz uma coisa — afirma o diretor de Investigação do Departamento de Homicídios, delegado Eibert Moreira Neto.
Mendes é morador do Rubem Berta, na Zona Norte, trabalhava com o pai, limpando pátios e negociando carros. Segundo a esposa, a atendente Graziela da Silva, 24 anos, o marido havia vendido uma caminhonete e tinha R$ 9 mil em dinheiro na data em que sumiu:
— Muita gente sabia que ele estava com esse dinheiro no sábado (dia 11 de setembro). Estou achando que foi algo envolvendo esse dinheiro.
Mendes chegou a ser preso por receptação de veículo em 2014, mas não tem nenhum antecedente que o relacione a outro tipo de crime. O perfil da mulher no Facebook que mantinha contato com Mendes foi excluído.
— A princípio, é um perfil fake, o que pode indicar que uma emboscada — salienta o delegado.
A última pessoa que viu Mendes foi um segurança do posto que, num primeiro momento, falou em os três homens que o levaram estavam armados. Mas, em depoimento formal, disse que o trio não estava armado.
— Não temos suspeita de quem sejam esses três homens e nem de uma motivação. Único ponto negativo que pode-se ter contra ele eram as negociações de carro que ele fazia, não sabemos se eram movimentações lícitas ou não.
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) coletou DNA de familiares. A polícia não descarta a hipótese de homicídio. Graziela conta que no sábado que o marido sumiu ela estava dormindo, à tardinha, e quando acordou o marido não estava mais em casa. Saiu sem dizer onde ia. A ocorrência foi registrada na noite do dia 12. Depois, soube que ele havia ido em um posto na Avenida Sertório. Junto há oito anos, o casal tem um filho de seis e uma menina de um ano. Na descrição da esposa, Mendes não apresentou mudança de comportamento nos dias que antecederam o desaparecimento.
— Ele estava a mesma pessoa que sempre foi, tranquilo. Está tudo muito estranho. Ele trocava carros, comprava dos amigos, mas trabalhava com o pai. Até onde sei, todos esses anos que estamos juntos, ele não tinha inimigos. Não bebe e não usa drogas — diz a esposa.
Com os irmãos de Mendes, Graziela tem procurado o marido diariamente em pontos próximos ao local que em ele sumiu, em hospitais, espalhando cartazes e em publicações nas redes sociais. Até agora, não tem nenhuma pista do paradeiro do marido.
— Todo os dias vamos a algum lugar diferente para tentar achá-lo. Não tem explicação o que estou sentindo, não durmo direito e os filhos perguntam do pai, quando ele vai chegar. A mais nova está doente desde que ele sumiu. Não sabemos se ele está bem ou não. É horrível viver desse jeito. Cada dia que passa, vamos perdendo mais a esperança — desabafa Graziela.