Novos ataques
PRF promete reforço de fiscalização na freeway e CCR diz que câmeras serão instaladas em quatro meses
Pelo menos mais três veículos foram atingidos por pedras em Porto Alegre no mesmo trecho onde uma vítima foi morta em julho deste ano
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) diz que reforçou o policiamento neste trajeto e que os policiais farão rondas constantes no local pelos próximos dias após os novos ataques com pedras registrados no acesso a Porto Alegre pela freeway. Já a CCR ViaSul, concessionária que administra a via, informa que câmeras de monitoramento serão colocadas na rodovia daqui a quatro meses. Outras medidas de segurança que poderiam evitar novos ataques serão instaladas em 2023, como grades de proteção.
Na noite de quinta-feira (7), pelo menos três carros foram atingidos por pedras na rodovia — um dos motoristas ficou ferido em um dos braços. Todos os casos ocorreram nas imediações da ponte do Guaíba, mesmo local onde, em junho deste ano, outros quatro fatos semelhantes ocorreram na mesma noite e, em um deles, houve a morte da passageira Munike Krischke, 45 anos.
Sobre os casos de quinta, a PRF diz que, apesar de os policiais terem chegado ao local logo após serem comunicados — foram seis ligações —, nenhum suspeito foi localizado. Um inquérito policial será instaurado na 4ª Delegacia da Capital, segundo as primeiras informações, para apurar os fatos. Algumas ocorrências foram na Avenida Castelo Branco e, entre os veículos atingidos, há uma ambulância e uma viatura policial.
Segundo especialistas em trânsito como a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Christine Nodari e o doutor em segurança E sociólogo Rodrigo Azevedo, uma das medidas que poderia evitar esses ataques, já que as pedras são lançadas de pontes, viadutos e passarelas, seria a colocação de telas de proteção nas estruturas, da mesma forma como há em trilhos de metrô em várias estações no Brasil. Além disso, câmeras de segurança seriam fatores inibidores de ações criminosas, além de servirem como provas de investigações para eventuais novos casos.
Câmeras, passarelas e telas de proteção
A CCR ViaSul diz que, em quatro meses, mais de mil câmeras de monitoramento específico — com possibilidade de acompanhamento de situações de risco — serão instaladas em várias estradas sob sua concessão, inclusive a freeway, que hoje tem apenas 10 equipamentos funcionando em entre Porto Alegre e Osório.
A delegada Roberta Bertoldo, titular da 2ª Delegacia de Homicídios da Capital e que investiga a morte de Munike, diz que a câmera na ponte do Guaíba estava captando imagens de outro ângulo quando o criminoso jogou a pedra que atingiu a vítima e por isso há dificuldade na identificação dele.
A concessionária também diz que são previstas quatro passarelas na freeway, todas com telas de proteção, mas somente a partir de fevereiro de 2023, conforme estabelecido no contrato, ou seja, no quarto ano de concessão. Segundo a assessoria de imprensa, não há previsão de antecipar a colocação em razão dos novos ataques ocorridos ao longo do ano. Sobre grades em pontes, como a do Guaíba, onde houve a maior parte das ocorrências, não há previsão.
Na época em que houve os ataques no mês de junho, no Dia dos Namorados, a fiscalização foi reforçada também e houve pelo menos três ações integradas das forças de segurança em rodovias nas imediações da Capital durante o período de quase um mês. Além disso, quando completou um mês da morte de Munike, em julho, dois adolescentes foram apreendidos perto da Arena do Grêmio após terem atirado pedras por vandalismo em outro veículo que trafegava pela freeway. Ninguém ficou ferido.
Alerta
A PRF afirma que registrou no primeiro semestre deste ano duas ligações por semana, em média, na Região Metropolitana sobre veículos atingidos por pedras em rodovias federais, mas a maior parte não se confirmou. O trecho que teve 50% dos registros foi o da freeway, nas proximidades de Porto Alegre.