Noroeste do RS
Polícia indicia suspeito de adotar gatos pela internet para depois matar os animais
Homem responde por quatro casos e defesa defende inocência de investigado, morador da cidade de Coronel Barros
A Polícia Civil do noroeste do Rio Grande do Sul informou nesta segunda-feira (29) o indiciamento de um homem, suspeito de adotar gatos pela internet e depois matá-los. O investigado, que é morador da cidade de Coronel Barros, responde em liberdade por maus-tratos pelo fato de que não houve flagrante.
Apesar de testemunhas terem indicado cerca de 20 casos, os agentes não conseguiram provas materiais dos crimes. Mesmo assim, ele foi responsabilizado por quatro casos que havia confessado durante depoimento. A defesa do indiciado diz que seu cliente é inocente e que voltou atrás em relação à confissão, já que estava nervoso na época. Além disso, foi feito registro de que houve ameaças e divulgação de várias "fake news" ao suspeito.
O delegado Regional de Ijuí, Ricardo Miron, destaca que o indiciamento ocorreu há alguns dias e só foi divulgado nesta segunda-feira porque ainda eram aguardadas algumas decisões judiciais. As medidas não estão sendo divulgadas porque ainda podem vir a ser motivo de investigação posterior. Segundo Miron, Fernando Adolfo Ketzer, 40 anos, morador de Coronel Barros, responderá pelo artigo 32 da 9.605, sobre maus-tratos a animais, com pena prevista de dois a cinco anos de prisão.
Ele vai responder ao processo em liberdade, apesar da mudança da lei no ano passado, porque não houve flagrante. Miron ressalta que, apesar dos depoimentos, não houve indícios, apenas os fatos relatados pelo próprio indiciado. Por isso ele responde pelas quatro mortes e agressão a um dos animais, que sobreviveu. Um filhote de gato foi encontrado na casa de Ketzer, no dia da abordagem policial, em outubro, mas sem ferimentos e foi encaminhado para adoção. Por enquanto, não se sabe o que o teria levado a cometer os crimes.
Volta atrás na confissão
O advogado José Elias, que defende Ketzer, ressalta que ele estava nervoso durante a confissão e que voltou atrás sobre isso. No entanto, esta questão vai ser aprofundada posteriormente na esfera judicial. Elias informa que seu cliente é inocente, que sofreu ameaças nas redes sociais e, inclusive, na região onde mora, além de perder o emprego após o fato.
— Ele não é um monstro, respeitamos os ativistas dos animais, mas a história foi mal contada, vou provar a inocência dele, conheço a família dele e houve muita "fake news" — diz Elias.
O advogado ressalta que o indiciado está em pânico, toma remédios e nega todas as informações. Sobre o gato que sobreviveu, ele informa que foi uma fatalidade, um acidente e que tem notas de atendimento veterinário, o que comprova que foi prestado socorro.
Segundo a defesa, todas as explicações serão apresentadas ao Poder Judiciário, ocorrendo ou não processo judicial.