Polícia



Feminicídio

Cabeleireira encontrada morta em porta-malas de carro enviou a sobrinho áudio com ameaças do ex-companheiro

Lourdes Clenir Oliveira Melo, 48 anos, estava desaparecida desde o último domingo

14/01/2022 - 07h00min

Atualizada em: 14/01/2022 - 07h00min


Tiago Boff
Tiago Boff
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Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Corpo de Lourdes, moradora de Estância Velha, foi encontrado no porta-malas de um carro em SC

A Polícia Civil trata como feminicídio o assassinato da cabeleireira Lourdes Clenir Oliveira Melo, 48 anos. Moradora de Estância Velha, no Vale do Sinos, ela foi encontrada morta no porta-malas do próprio veículo em Içara, no sul de Santa Catarina, na noite de quarta-feira (12).

A vítima estava desaparecida desde o último domingo (9). O ex-companheiro dela é apontado como principal suspeito do crime.

— Falamos com familiares e vizinhos. Trabalhamos com a autoria do ex-companheiro — diz o delegado Rafael Sauthier, à frente da investigação.

A motivação para o assassinato, de acordo com a polícia, seria o fim do relacionamento entre os dois — conforme a apuração, o homem não aceitava o término da relação. Áudios enviados pela vítima no último dia 23 de dezembro expõem uma discussão entre ambos — a briga foi gravada pela mulher e enviada a um sobrinho.

— Tu pode sumir daí, ou pega um segurança pra me matar. Eu não tenho mais nada pra perder, quem tinha a perder era tu — diz o homem em um trecho da gravação.

O delegado afirma que, em imagens de câmeras de segurança, o suspeito é visto na última segunda-feira (10) saindo da casa de Lourdes com o carro em que o corpo foi encontrado. A vítima não era vista desde o dia anterior. Na sequência, ele retorna e fecha o portão de acesso ao imóvel.

Testemunhas relataram que ouviram gritos de Lourdes vindos da residência, onde ela morava sozinha. No local, foram encontrados rastros de sangue, objetos quebrados e o espelho retrovisor do carro caído no chão.

A polícia faz buscas pelo investigado, mas ainda não há informações sobre o paradeiro dele.

A cabeleireira tinha medida protetiva contra o ex-companheiro, mas o homem seguia rondando a residência da mulher, segundo os investigadores. Antes de ela conseguir a proteção pela Justiça, ele havia sido preso, mas solto no dia seguinte.


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