Polícia



Investigação

Polícia Civil afirma que Leandro Freda invadiu apartamento de moradora antes de ser morto em Florianópolis

Homem de 39 anos morreu no dia 20, em Canasvieiras

26/02/2022 - 07h00min


Bruna Viesseri
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A Polícia Civil de Santa Catarina afirma que imagens de câmeras de segurança mostram que Leandro Barcellos Freda, 39 anos, invadiu o apartamento de uma moradora antes de ser morto em um condomínio de Canasvieiras, no norte de Florianópolis, no último domingo (20). Segundo a investigação, o homem estaria em surto e foi contido por moradores. Ele é irmão do jogador Taison, do Inter. A causa da morte deve ser indicada por um laudo pericial. O caso é investigado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

De acordo com a diretora da Polícia Civil na Grande Florianópolis, delegada Michele Alves Correa Rebelo, as imagens de câmeras de segurança do condomínio — que já foram obtidas e são analisadas pelas autoridades — mostram o momento da invasão, na noite daquele domingo. A polícia ainda não havia divulgado detalhes sobre o conteúdo desse material. O relato de moradores também corrobora com as cenas.

— Pelas imagens que nós temos e pela prova testemunhal já colhida, ele invadiu, sim, o apartamento. Pela cena, houve a invasão. Agora, estamos verificando o que pode ter motivado isso. Ainda não há informação de se ele conhecia alguém no condomínio, parece ter sido aleatório. Também por isso acreditamos que não houve intenção, por parte dos moradores, de causar a morte — pontua Michele.

Segundo a delegada, depois da invasão, o homem foi contido por moradores. Ela não informou, no entanto, se as imagens mostram como ocorreu essa imobilização.

Na sequência, uma equipe da Polícia Militar chegou ao local. Também não foi divulgado se Freda foi algemado ou não pelos PMs antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Quando os socorristas chegaram ao condomínio, o homem já não apresentava sinais vitais.

A causa da morte do homem ainda é desconhecida, já que o laudo cadavérico não foi conclusivo para apontar o motivo. A polícia solicitou exames complementares, que devem ser entregues pela perícia na próxima semana.

Naquela noite, diversas pessoas estavam no local, mas três teriam participado da imobilização de Freda. Elas se apresentaram espontaneamente na delegacia logo depois, afirma a polícia. Mais de 10 pessoas já foram ouvidas no inquérito até o momento.

— Ele estava alterado, isso todas as pessoas foram unânimes em informar. Afirmam que tiveram de contê- lo, porque apenas na conversa não haveria possibilidade de ele parar. Nós solicitamos também laudos que mostrem se ele estaria sob efeito de álcool ou algum entorpecente, que são documentos que sempre pedimos em casos assim — afirma a delegada.

Possibilidade de dolo é "remota"

Conforme a polícia, a hipótese de que o crime possa ter sido cometido de forma intencional foi umas das primeiras a serem descartadas pela polícia, explica a diretora. Segundo ela, o fato de que os moradores não conheciam o homem, de que os envolvidos se apresentaram na delegacia de forma voluntária após o caso e de que Freda estaria em surto corroboram para a linha de investigação:

— Desde o começo, descartamos a hipótese de que tenha sido um homicídio intencional. Ainda estamos investigando, mas essa é uma hipótese remota, quase impossível. Tudo indica que seja um homicídio culposo, mas iremos apurar também se houve responsabilidade de alguém.

A delegada também afirma que, nesse momento, está descartada a possibilidade de que o crime tenha sido motivado por racismo:

— Pelo que temos até então, não vejo qualquer relação com a cor, pelo fato dele ser negro. As pessoas nem conheciam ele. Ele foi contido por conta de uma ação dele, estava alterado. Até então, não há nenhum indício nesse sentido.

De acordo com a diretora, a equipe espera concluir o inquérito no prazo de 30 dias, e pretende ouvir demais testemunhas e familiares de Freda, além de concluir a análise das imagens de câmeras de segurança do condomínio e de aguardar o resultado de laudos periciais. O caso está a cargo da delegada Carolina Surita, da 7ª Delegacia de Polícia de Florianópolis.

Procurada por GZH, a família de Freda preferiu não se manifestar. O corpo de Freda foi sepultado na terça-feira (22), em Pelotas.


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