Porto Alegre
Concreto da implosão do prédio da SSP será reciclado e reinserido na indústria
Empresa responsável pela triagem e separação dos materiais fica em Canoas. Produto pode ser transformado em diversos itens utilizados na construção civil
O concreto que virou entulho após a implosão da antiga sede da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), na Rua Voluntários da Pátria, em Porto Alegre, será reciclado e reinserido na indústria. O material será enviado para a unidade da SBR Reciclagem, em Canoas. A empresa tem sede em Jundiaí (SP) e conta com uma operação no município da Região Metropolitana.
Todo o entulho chegará misturado na usina, com presença de terra, concreto, tijolo, plástico, papel, papelão, madeira e pedaços de metal, segundo o engenheiro civil Marcos Eugenio Dauernheimer, representante comercial da SBR no Estado. A SBR separa todos esses materiais. O concreto e o tijolo são britados, peneirados e reutilizados.
A SBR comercializa esse material para uma carteira de clientes. Esse concreto vira pó de pedra, pedrisco, pedra um e rachão, que é um tamanho de pedra maior. Esses itens podem ser usados em obras na construção civil, como pavimentação e base de tubulações, e em diversos outros itens. No entanto, não podem ser empregados em estruturas.
— Pode ser utilizado para blocos de calçada, em meio-fio, banco de jardim, mesa, uma série de artefatos — complementa Dauernheimer.
O engenheiro destaca que esse processo de triagem e reciclagem ocorre respeitando as normas da legislação ambiental vigente e as boas práticas nesse segmento.
— Vamos imaginar que a gente aproveite cerca de 80% a 90%. Isso é material que não vai ser retirado da natureza. Brita, pedra, areia. Você vai usar um material que em outra situação poderia estar condenado. E vai gerar emprego e renda — destaca Dauernheimer.
Transporte deve começar em cerca de 10 dias
O transporte das ferragens para siderúrgicas e do concreto para reciclagem só vai começar nos próximos dias, quando houver uma quantidade significativa de material separado para o carregamento nas caçambas dos caminhões. Isso garante viagens com um fluxo contínuo, segundo a SSP e a empresa responsável pela demolição. O engenheiro responsável, Manoel Jorge Diniz Dias, da empresa FBI, que toca a operação de demolição, estima prazo de no mínimo 10 dias para o início dessa fase.