Crime em Santa Catarina
Polícia ouve testemunhas do caso do advogado gaúcho morto em Florianópolis
Corpo de Carlos Eduardo Martins Lima foi encontrado na manhã de quarta-feira (2) com perfurações na altura da barriga, numa trilha no bairro Rio Vermelho, no norte da ilha
Policiais da Delegacia de Homicídios de Florianópolis ouvem na tarde desta quinta-feira (3) a esposa do advogado gaúcho encontrado morto na capital catarinense. Ela havia viajado de Gravataí para Santa Catarina para conversar com Carlos Eduardo Martins Lima, 31 anos, quando ficou sabendo da morte do marido. Os dois estavam brigados, e ela já havia feito registro de ocorrência policial por agressão contra o marido.
O advogado Mateus Marques defende a esposa da vítima e acompanha o depoimento. O corpo foi encontrado na manhã de quarta-feira (2) com perfurações na altura da barriga, numa trilha no bairro Rio Vermelho, no norte da ilha.
Os investigadores buscam imagens de câmeras de segurança para tentar identificar os assassinos. O veículo foi encontrado perto do local com as portas abertas e sem a chave. Documentos da vítima não foram encontrados. A Polícia Científica de Santa Catarina fez perícia no local e a necropsia do corpo.
Conforme o delegado Ênio Mattos, tudo indica que se trata de uma execução, não vendo, pelo menos neste momento, a possibilidade de latrocínio, que é o roubo com morte. O objetivo, a partir de agora, é saber quem são os criminosos e a motivação.
— Nós estamos trabalhando para elucidar o caso. Já ouvimos algumas testemunhas. Vamos ouvir familiares hoje — disse Mattos.
Entidades de classe se manifestaram pedindo providências sobre o caso. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul (OAB-RS), Leonardo Lamachia, pediu à Secretaria Estadual de Segurança Pública e à Polícia Civil de Santa Catarina a apuração dos fatos sobre o assassinato.
“O Gabinete da Presidência da Ordem gaúcha e as comissões de Direitos Humanos Sobral Pinto e de Defesa, Assistência e Prerrogativas dos Advogados estão atuando para agilizar todos os procedimentos policiais e judiciais relativos ao episódio para esclarecer o lamentável fato da morte de um colega advogado”, diz um trecho da nota.
A Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) diz estar acompanhando as investigações e esperar eficaz elucidação sobre as circunstâncias do caso. O presidente da entidade no Estado, Raccius Potter, disse estar acompanhando o trabalho da polícia judiciária do Estado de Santa Catarina.
“A Abracrim-RS se solidariza com a família e amigos do advogado criminalista Carlos Eduardo Martins Lima e segue acompanhando o trabalho investigativo acreditando no rápido e eficaz esclarecimento da morte de um colega advogado em toda a sua extensão. É isso que a classe advocatícia e toda a sociedade esperam”, afirma o advogado num trecho da nota.
Polêmico
Vídeos do advogado ostentando dinheiro em maços, joias e uma BMW que dizia ser blindada circulam há meses em grupos de WhatsApp. Ele se dizia advogado de facções criminosas e se intitulava "showman". Ele também publicou vídeos se dizendo perseguido pela polícia gaúcha, sem especificar qual das instituições.