Polícia



No Diário Oficial

Governo federal dispensa diretor-executivo e chefe de inteligência da PRF

Anúncio ocorre uma semana após morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, asfixiado dentro de uma viatura da corporação em Sergipe. Substitutos não foram divulgados

01/06/2022 - 07h00min


Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo
Isabela Moya

O diretor-executivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Jean Coelho, foi dispensado nesta terça-feira (31), conforme publicação assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, no Diário Oficial da União. Também foi dispensado o diretor de inteligência da corporação, Allan da Mota Rebello.

A dispensa ocorre uma semana depois da morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, asfixiado dentro de uma viatura da PRF em Sergipe. O homem foi amarrado e colocado no porta-malas do veículo, onde os agentes lançaram um gás.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, contudo, membros do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da própria PRF afirmam que as dispensas já estavam previstas — conforme a publicação, os pedidos de demissão chegaram à pasta em 17 de maio. Os dirigentes devem realizar um curso fora do país.

Os nomes dos substitutos dos dois diretores não foram confirmados.

Caso Genivaldo

Em nota, a PRF havia informado que, durante a abordagem da equipe, Genivaldo reagiu de forma agressiva e precisou ser contido com técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo. O órgão disse ainda que abriu procedimento disciplinar para averiguar a conduta dos policiais envolvidos, que foram afastados.

Além da apuração aberta na esfera criminal, para acompanhar as investigações sobre a responsabilidade dos policiais pela morte de Genivaldo, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão abriu apuração no âmbito cível sobre "violações aos direitos dos cidadãos e, em especial, aos direitos das pessoas com deficiência". Segundo a família de Genivaldo, ele sofria de esquizofrenia e fazia uso de medicamentos havia 20 anos.

Twitter @Hermann_bahia / reprodução
O governo federal não esclareceu se há relação entre a dispensa dos diretores e o caso Genivaldo



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