Polícia



Cumprimento de mandados

Polícia investiga paulistas que fizeram médico refém e roubaram carro de luxo no aeroporto de Porto Alegre

Caso ocorreu em abril. Criminosos levaram dois veículos da vítima, com valor total superior a R$ 1 milhão, além de relógio e joias avaliados em mais de R$ 700 mil

03/06/2022 - 07h00min


Cid Martins
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Polícia de São Paulo / Divulgação
Roupas e bonés apreendidos em SP foram usados no assalto em Porto Alegre

A polícia gaúcha concluiu, na manhã desta quinta-feira (2), mais uma etapa da investigação sobre um crime que envolve ladrões de São Paulo que agiram em Porto Alegre, no mês de abril. De posse de informações privilegiadas, três homens saíram da capital paulista para roubar um Porsche, avaliado em R$ 730 mil, no estacionamento do aeroporto Salgado Filho.

Conforme a apuração, eles também fizeram o proprietário do veículo — um médico — como refém e o levaram até a casa dele, no bairro Chácara das Pedras, para roubar outro carro, um Volvo, no valor de R$ 280 mil. O grupo levou ainda joias e um relógio, avaliados em R$ 700 mil.

Antes da fuga, foi gerado um alerta para as autoridades de segurança. Os criminosos, então, deixaram os automóveis no Rio Grande do Sul.

Depois disso, a apuração policial avançou, e dois suspeitos foram identificados e presos há alguns dias, enquanto assaltavam um hotel no interior de São Paulo. Mesmo assim, ambos estão sendo alvo de mandados judiciais de prisão e de busca nesta quinta-feira. O objetivo é descobrir como eles sabiam do patrimônio da vítima e ainda se tenta saber quem é o terceiro ladrão envolvido no caso.

Roubo na capital gaúcha

De acordo com a polícia, os três ladrões saíram de São Paulo no final de abril e viajaram a Porto Alegre em um Ford Ka com placas clonadas. No dia 20 daquele mês, realizaram a emboscada no estacionamento do Salgado Filho.

Eles abordaram o médico, o mantiveram como refém e roubaram o veículo da vítima. Quando tentaram sair do aeroporto, não conseguiram passar pela cancela. Eles então quebraram o equipamento com o próprio automóvel e fugiram, o que gerou um alarme, e a polícia foi acionada.

Segundo o inquérito instaurado, os ladrões foram até a residência do médico, onde o segundo veículo e os demais objetos foram roubados. A vítima foi liberada em seguida.

Conforme o delegado Rafael Liedtke, titular da Delegacia de Roubo de Veículos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), os investigados tinham alguma informação privilegiada também sobre os alertas e, por isso, decidiram abandonar o Porsche em uma rua da Capital. Já o Volvo foi deixado em um local específico para verificar se estava sendo rastreado e, posteriormente, para que um receptador o buscasse. Mas isso não foi possível, porque a polícia agiu rápido e localizou e recuperou os dois automóveis.

— Além disso, a gente acionou a vítima e conseguiu acompanhar o trajeto dos ladrões via celular do médico, através de sinal de GPS. O sinal avançava gradativamente pela BR-101 rumo a São Paulo — diz Liedtke.

O delegado destaca que obteve resultado pericial de digitais nos veículos roubados e, assim, pode identificar dois dos três criminosos. Por foto, o médico reconheceu a dupla. Foram solicitados à Justiça mandados de busca e prisão, mas as medidas só foram concedidas mais de um mês após o pedido, ou seja, há alguns dias.

Polícia de São Paulo / Divulgação
Imagem de câmera do aeroporto mostra ladrão ingressando no estacionamento do local, em abril deste ano

Prisão após roubo em hotel

Antes de os mandados judiciais terem sido concedidos, no dia 9 de maio, dois dos homens que assaltaram o médico gaúcho foram presos no interior de São Paulo. Eles roubaram R$ 82 mil de um hotel e logo depois foram detidos pela polícia daquele Estado.

Liedtke ressalta que a ação auxilia a investigação realizada no Rio Grande do Sul. O objetivo agora é ouvir a dupla e saber como eles tinham informações privilegiadas da vítima em Porto Alegre, além de tentar identificar o terceiro suspeito.

Durante cumprimento de mandado na casa onde eles ficavam, os agentes localizaram bonés e roupas que foram usados na abordagem ao médico no Salgado Filho. A investigação continua, e os nomes dos presos não foram divulgados. 


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