Fazia tempo que a região metropolitana de Porto Alegre não registrava tantos homicídios numa só noite. Foram sete pessoas assassinadas em poucas horas, entre o anoitecer de segunda-feira (14) e a madrugada de terça (15). Uma oitava vítima levou tiros, mas sobreviveu. As suspeitas dos policiais do Departamento de Homicídios da Polícia Civil são de que a maioria dos casos envolva disputas pelo controle do tráfico de drogas.

É o caso do triplo homicídio ocorrido no bairro Mario Quintana (zona norte de Porto Alegre). Por volta das 19h30min de segunda-feira, indivíduos que estavam em um Fiat Linea desembarcaram em frente a uma residência e dispararam contra as pessoas que lá se encontravam. Dois homens, Lucas Fagundes Bessa (24 anos) e um outro, não identificado, foram mortos. Os tiros também atingiram uma mulher que fazia compras num mercado próximo, Cleia da Silva Lopes (37 anos), que morreu no local.

Tanto Bessa como Cleia tinham antecedentes por tráfico de drogas. As primeiras investigações indicam que Cleia não era alvo dos disparos e morreu por acaso, comenta o delegado Thiago Zaidan, do Departamento de Homicídios.

A região onde aconteceu o crime é dominada pela facção AntiBala.

Os autores da emboscada foram perseguidos por uma patrulha da Brigada Militar e trocaram tiros com os PMs, mas conseguiram fugir. O Linea foi abandonado próximo ao bairro.

Perto dali, na Rua Corrêa de Mello (bairro Sarandi), outro homem foi morto, com quatro disparos. O corpo foi encontrado às 22h. Não se sabe a motivação.

Ainda em Porto Alegre, na Zona Sul, dois tiroteios em locais distintos deixaram dois mortos e uma pessoa ferida. Ambos aconteceram no bairro Aparício Borges. O primeiro, na avenida do mesmo nome, deixou morto um homem não identificado e outro ferido: Luís Adriano Vieira Barbosa, 45 anos. A suspeita dos policiais é que seja acerto do tráfico de drogas.

Na mesma região, na Rua Patrimônio, foi assassinado Adair Machado Rosa, também na madrugada. Conforme testemunhas, homens disfarçados de policiais entraram na casa dele e o mataram com diversos disparos, ao lado da namorada.

A sétima morte aconteceu em Canoas, na Rua Encantado, bairro Mathias Velho. Volnei Machado recebeu mais de 30 disparos, na via pública. Ele cumpria pena e era monitorado por tornozeleira eletrônica. Policiais investigam se o homicídio também está relacionado a tráfico de drogas.