Polícia



Vale do Sinos

Polícia investiga caso de homem que comprou videogame e recebeu pacotes de folhas de papel

Marcos Alan Scur de Oliveira, 56 anos, queria presentear o filho com o aparelho

24/01/2023 - 10h45min

Atualizada em: 24/01/2023 - 10h46min


Guilherme Milman
Guilherme Milman
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Marcos Alan de Oliveira / Arquivo Pessoal
Dois pacotes com 500 folhas de papel A4 estavam dentro da caixa do videogame

A Polícia Civil investiga o possível furto de um videogame que deveria ter sido entregue a um morador de Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, que recebeu em vez do produto dois pacotes de folhas A4. O palestrante Marcos Alan Scur de Oliveira, de 57 anos, havia adquirido um PlayStation 5 em 11 de janeiro para presentear o filho, Pedro Henrique Kieling de Oliveira, que completou 19 anos. O pacote deveria ter chegado no dia 16 de janeiro, o que não aconteceu. A empresa disse que havia acontecido uma tentativa malsucedida de entrega, o que Oliveira acredita que não aconteceu.

— Eles disseram que apertaram a campainha, mas é mentira. Nós estávamos aguardando em frente à casa ao lado. Eu tenho uma sacada que dá de frente para o portão, esperávamos ali. Ninguém veio — alega Oliveira.  

A entrega acabou sendo concretizada dois dias depois. Marcos conta que, ao abrir a porta, viu um homem descendo de um carro com a caixa do videogame na mão. 

— Ele entregou a caixa e foi embora. Não pediu para eu assinar nada. Eu dei a caixa para o meu filho, e quando ele abriu tinha dois pacotes de papel. Não tinha videogame, controle nem manual. Ele ficou desolado — conta. 

Oliveira pagou R$ 4.799,99 pelo PlayStation 5 no site da empresa Submarino, enquanto os pacotes de papel custam pouco mais de R$ 50. O palestrante contatou a empresa, que solicitou fotos do pacote para localizar a demanda. No dia seguinte, a companhia respondeu dizendo que não detectou irregularidades na entrega. Então, Marcos registrou um boletim de ocorrência, que hoje está na 3ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo. 

O delegado responsável pelo caso, Alexandre Quintão, considera a possibilidade de se tratar de um golpe do site falso, em que páginas que simulam empresas de comércio eletrônico são usadas para enganar consumidores. As vítimas, entretanto, negam que isso tenha acontecido — no comprovante de rastreamento, aparece que o produto teria sido vendido e entregue pela empresa.

Marcos Alan de Oliveira / Arquivo Pessoal
Marcos recebeu a caixa do videogame no dia 18

— Vamos chamar as vítimas para esclarecer como foi a forma de pagamento, solicitando todas as documentações para entender quem recebeu esses valores e se ele entrou em algum site falso. Devemos realizar os depoimentos nos próximos dias — afirma Quintão.

Procurada por GZH, a Submarino afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que está averiguando a situação.

Comprou celular e recebeu uma pedra

Caso semelhante aconteceu em Portão, também no Vale do Sinos. O aposentado Nilson Valter Kaiser, 59 anos, comprou um celular de aniversário para seu filho de 17 em uma loja física de outra rede de varejo, cujo nome não foi divulgado. Kaiser pagou aproximadamente R$ 1,5 mil pelo aparelho, que seria entregue dez dias depois na casa dele, mas nunca chegou. Na última quarta-feira (18), ele recebeu uma caixa com uma pedra escura, de médio porte, dentro.

— Nós chegamos em casa e minha mãe estava com o pacote. Meu filho já sabia que era o celular, pegaram faca e rasgaram a caixa com uma pressa para ver o que tinha dentro. Aí quando abriram a caixa viram a pedra. Imagina a decepção deles na hora? — contou, em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha na última quinta-feira (19). 

Nilson Kaise / Arquivo Pessoal
Nilson recebeu uma pedra dentro da caixa onde deveria estar o celular

No dia seguinte, o aposentado conversou com a empresa e recebeu o dinheiro de volta. O motivo do erro e o responsável pela troca do produto ainda não foram esclarecidos.

Consumidor deve estar atento ao processo de entrega

Situações como essa podem derivar de golpes, furtos ou falhas de processo entre as empresas vendedoras e as responsáveis pelas entregas. O advogado Juliano Madalena, presidente da Comissão Especial de Proteção de Dados e Privacidade da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul (OAB-RS), afirma que os consumidores devem pesquisar preços para saber se os valores estão de acordo com o mercado, uma vez que muitas páginas falsas colocam preços abaixo do normal para atrair clientes.

Além disso, é necessário que o comprador leia todas as informações do produto que está sendo adquirido e como irá funcionar o processo de entrega. 

—É importante sempre observar as informações do marketplace do site. Ou seja, verificar se aquele produto que você está comprando será entregue pela loja que o vendeu ou pelo site que você entrou, ou quem será responsável pela entrega. É fundamental cuidar essa informação no momento da compra, ela deve estar clara e destacada. 

O advogado também orienta consumidores a usar ferramentas de reclamação online para expor eventuais problemas encontrados no processo ou ainda consultar se as falhas são frequentes. 


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