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Trancado

"Entendi que não existia uma crueldade contra o animal", diz delegada que liberou tutor de cachorro na Arena

Buldogue francês estava dentro de caminhonete no estacionamento do estádio do Grêmio

14/02/2023 - 08h42min

Atualizada em: 14/02/2023 - 09h12min


João Praetzel
João Praetzel
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O torcedor do Grêmio que deixou o cachorro preso no interior de uma caminhonete no estacionamento da Arena, durante a partida entre Grêmio e Avenida, no domingo (12), foi liberado pela polícia após prestar depoimento. No entendimento da delegada Carla Kuhn, não houve maus-tratos ao animal. 

— O cachorro não estava em sofrimento, as janelas estavam ventilando, tinha água. Localizamos o proprietário e, como o cachorro estava bem, entendi que não existia uma crueldade contra o animal para tomar uma providência mais grave contra ele. Advertimos que não poderia estar com o cão naquele local. Pedimos que ele não repetisse isso e que ele voltasse para casa com o cachorro. Ele foi liberado com o cão, que estava bem — disse em contato com a reportagem de GZH.

O entendimento da delegada responsável pelo caso foi ratificado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, que emitiu nota sobre o assunto. 

"A promotora Débora Balzan, titular da Promotoria do Torcedor do MPRS, acompanhou a ocorrência desde o início e concordou com o entendimento da delegada porque o fato não era típico criminal". 

O buldogue francês estava trancado com um pote de água dentro do veículo, que tinha frestas dos vidros abertas. Algumas pessoas viram o cachorro preso no automóvel, uma Land Rover com placas de Santa Catarina, e alertaram as autoridades. 

Ao final do primeiro tempo, o tutor do animal retornou ao local. O homem, que não teve ao nome divulgado, afirmou que já havia levado o cão ao estádio outras vezes e o deixado no carro.

Os policiais militares que acompanharam o caso afirmaram que os vidros não foram quebrados pois o animal apresentava boas condições. Mesmo assim, o dono foi encaminhado Juizado Especial Criminal (Jecrim) para esclarecimentos. 

Embora não tenha sido constatado maus-tratos, o veterinário Pedro Ferraz, consultado por GZH, caracterizou o ato como inapropriado, em razão dos riscos para o animal.

— É uma situação inapropriada. Trazer o animal para um local que não é adequado. O ideal era deixar o animal em um ambiente mais específico para ele. (O buldogue francês) Tem uma dificuldade respiratória de nascença. Dentro do carro, com uma fresta muito pequena, a troca de calor é muito baixa. Isso pode dificultar a respiração do animal. É uma raça mais propicia a sofrer com problemas respiratórios — ressalta o especialista. 

*Colaborou Rafael Ramos


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