Santa Catarina
O que se sabe e o que falta esclarecer sobre o ataque a creche que deixou quatro crianças mortas em Blumenau
Homem invadiu escola infantil e acertou alunos que estavam no parquinho da instituição; ele se entregou à polícia e foi preso
Quatro crianças morreram em ataque a uma escola infantil de Blumenau, em Santa Catarina, na manhã desta quarta-feira (5). Outras cinco ficaram feridas. Um homem de 25 anos se entregou à polícia e foi preso pelo atentado.
Ele teria pulado o muro da creche e atingido as crianças que estavam no parquinho da instituição com golpes de machadinha. Outras cinco crianças ficaram feridas.
O que já se sabe
Como aconteceu ?
O autor teria pulado o muro da escola infantil Cantinho Bom Pastor, uma instituição de ensino particular localizada na Rua Caçadores, em Blumenau. Segundo a polícia, ele tinha uma machadinha, com a qual atacou as crianças que estavam no parquinho.
De acordo com os policiais, as quatro vítimas, três meninos e uma menina, foram atingidas na região da cabeça.
Após a ação, o homem se entregou em um batalhão de Polícia Militar localizado a cerca de dois quilômetros da escola. Ele foi preso.
Quem são as vítimas?
As vítimas do ataque são quatro crianças que frequentavam a creche. Elas foram identificadas como:
- Bernardo Cunha Machado, cinco anos
- Bernardo Pabest da Cunha, quatro anos
- Larissa Maia Toldo, sete anos
- Enzo Marchesin Barbosa, quatro anos
O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, informou durante entrevista coletiva nesta quarta-feira que todas as vítimas eram filhos únicos.
Além delas, outras cinco crianças ficaram feridas e foram encaminhadas para atendimento médico.
O autor do ataque foi preso?
Ele se entregou ao Batalhão da Polícia Militar e se encontra detido. Ele tem antecedentes criminais por porte de drogas, lesão e dano. Em uma delas, em 2021, esfaqueou o seu padrasto.
O que pode acontecer com ele?
A Polícia Civil informou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (5), que o homem deve ser indiciado por quatro homicídios triplamente qualificados e também quatro tentativas de homicídio.
Como estão as crianças feridas?
Em entrevista coletiva, a vice-prefeita de Blumenau, Maria Regina Soar, afirmou que o quadro das quatro crianças feridas que foram levadas ao Hospital Santo Antônio é estável. Segundo Maria Regina, elas devem receber alta dentro de 24 horas.
Uma quinta criança teria sido atendida, mas já recebeu alta.
Ao Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, a médica Maria Beatriz Silveira Schmitt Silva, diretora técnica e cirurgiã Pediátrica do hospital, falou sobre o estado de saúde das vítimas que foram encaminhadas ao local. A especialista contou como foi a chegada das crianças na emergência e como tiveram que lidar com a situação apavorante e traumática.
— Ver o olhar da criança chegando (no hospital) em pânico (foi muito difícil). Qualquer movimento que fazíamos a criança se assustava, qualquer tentativa de ajudar. Foi difícil conquistar novamente a confiança e fazer se sentirem seguras. Algumas a gente teve que acalentar, conversar muito, por isso nossa opção já de prontidão foi levá-las para fazer anestesia e fazer a cirurgia com elas dormindo, para não aumentar o trauma que elas passaram — disse a médica.
Houve ataques em outras creches de Santa Catarina?
Após o ataque, surgiram nas redes sociais notícias sobre supostos atentados a creches de municípios de Santa Catarina nesta quarta-feira. Durante entrevista coletiva, autoridades de segurança afirmaram que trata-se de informações falsas.
— É um caso isolado — destacou o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel.
O que falta esclarecer
Qual a motivação para o ataque?
Ainda não se sabe o que levou o autor invadir a escola infantil Cantinho Bom Pastor e atacar as crianças. Não há informações sobre a relação dele com a creche ou com pessoas que trabalhavam ou frequentavam a instituição de ensino.
O homem preso pelo ataque agiu sozinho?
A Polícia Civil investiga se o ataque foi premeditado e se o homem preso contou com ajuda de outras pessoas.
— A gente quer identificar se tem mais algum participante. Se mais alguém participou. Como ele tramou esse plano. Onde ele obteve informações — explicou o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel.
Esclarecimento sobre a cobertura
DG decidiu não publicar o nome, foto e detalhes pessoais do assassino de Blumenau. As pesquisas mais recentes sobre massacres deste tipo mostram que a visibilidade pública obtida pela cobertura da mídia pode funcionar como um troféu pelos autores, e estimular outros a cometer atos similares. A linha editorial dos veículos da RBS em outros casos recentes já vinha sendo a de não retratar estes criminosos em detalhes, noticiando apenas o nome e informações resumidas sobre eles. Ao restringir ainda mais esta exposição, medida também tomada por outros veículos de jornalismo profissional, buscamos colaborar para que os assassinos não inspirem novos atos de violência extrema como o desta quarta-feira (5).