Polícia



Região Metropolitana

Seis pessoas são presas em flagrante por cárcere privado em clínica de reabilitação de Viamão  

Local já havia sido alvo de operação no ano passado e voltou a operar mesmo após interdição

26/10/2023 - 13h27min

Atualizada em: 26/10/2023 - 13h34min


Rochane Carvalho
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Policia Civil / Divulgação
Havia 34 pessoas internadas no local na terça-feira (24), sendo que 11 delas relataram estar em cárcere privado.

Seis pessoas foram presas em flagrante por suspeita de cárcere privado em uma comunidade terapêutica de Viamão, na Região Metropolitana, na terça-feira (24). A ação faz parte da Operação Veredas III, desencadeada por Polícia Civil, Ministério Público e prefeitura de Viamão, por meio da Secretaria Municipal de Saúde. Entre os presos, estão o proprietário da clínica e outras cinco pessoas que auxiliavam nas atividades do local e seriam responsáveis por realizar a segurança e manter os internos privados da liberdade, sob ameaças constantes.

A clínica de reabilitação, localizada no bairro Sítio São José, já havia sido alvo de operação policial no ano passado, quando foi interditada. No entanto, a instituição trocou de nome e seguiu funcionando. 

— O Ministério Público já tinha feito uma ação lá no ano passado, com a polícia, e realizado uma prisão em flagrante. Em tese, trocou o proprietário, mas a casa seguiu funcionando com outro nome no mesmo endereço, no mesmo local. Alguns funcionários, inclusive, eram os mesmos — explicou  a delegada responsável pelo caso e titular da 1ª Delegacia de Polícia de Viamão, Jeiselaure de Souza. 

Na terça-feira, 34 pessoas estavam internadas no local — 11 delas relataram estar em cárcere privado. De acordo com Ministério Público e Polícia Civil, os internos seriam capturados por um grupo de funcionários e levados à força para a clínica a pedido de familiares. Eles seriam mantidos reclusos, dopados e maltratados pelos monitores, inclusive com agressões físicas. Segundo a delegada, tudo acontecia com o conhecimento do dono da clínica.

— As vítimas narravam que eram conduzidas ao local contra a vontade, não tinham acesso a aparelhos de telefone celular e, quando manifestavam interesse em ir embora, eram impedidos pelos indivíduos presos — afirmou Jeiselaure.

Conforme a polícia, a internação involuntária de pacientes configura crime de sequestro ou cárcere privado, quando há restrição à liberdade das vítimas. Não é necessário que a vítima fique totalmente impossibilitada de se retirar do local em que foi confinada, apenas que não tenha a opção de decidir sobre o seu estado.


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