Júri em Tramandaí
MP diz que pretende buscar a elevação das penas de mãe e madrasta do menino Miguel
Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues e Bruna Nathiele Porto da Rosa foram condenadas por tortura, homicídio e ocultação de cadáver; elas foram condenadas a 57 e 51 anos de prisão, respectivamente
Após dois dias de julgamento, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues e Bruna Nathiele Porto da Rosa, foram condenadas, nesta sexta-feira (5) por tortura, homicídio e ocultação de cadáver de Miguel dos Santos Rodrigues, de sete anos. Yasmin, mãe do menino, foi condenada a 57 anos, um mês e 10 dias de prisão pelos três crimes, enquanto Bruna, então madrasta de Miguel, foi condenada a 51 anos, um mês e 20 dias de prisão pelos crimes.
O Ministério Público (MP) informou após a leitura da sentença que pretende buscar a elevação das penas de Bruna e Yasmin.
— Desde o início a frieza da mãe e da madrasta chama muito a atenção. E a crueldade. A criança foi torturada e foi morrendo na frente delas. Isso extrapola um tipo de razoabilidade, é para isso que existe uma pena máxima. Isso não é admissível pela sociedade — disse a promotora Karine Teixeira, sobre um argumento que deve ser usado durante os recursos.
O promotor André Tarouco, que acompanhou o caso desde o início, afirmou que o encerramento do julgamento trouxe uma sensação de dever cumprido.
— A gente sempre se propôs a ser a voz dele. E hoje a gente ao menos conseguiu fazer com que ele fosse ouvido. É uma sensação talvez de alívio no sentido de que encerrou hoje aquele ciclo. E hoje o sentimento é de que agora ele vai descansar em paz — disse.
Já a banca de defesa de Bruna informou que ainda pretende analisar as possibilidades de recursos, em relação à dosimetria da pena e de alguns benefícios que entendem que a ré teria direito.
— Vamos discutir isso no Tribunal de Justiça, para que possa ao menos amenizar a situação. Era um resultado que nós evidentemente trabalhamos para que fosse diferente, mas já imaginávamos — afirmou o advogado Rafael Santos.
Pela defesa de Yasmin, a advogada Thais Constantin também afirmou que pretende recorrer da decisão.
— Especialmente em relação à pena aplicada — afirmou, sobre o fato de não ter havido atenuante pela confissão.