Crime de 2019
Réu é condenado a mais de 13 anos de prisão por tentar matar ex-namorada na zona sul de Porto Alegre
Dentro da sentença, foram incluídas quatro qualificadoras: motivo torpe, dissimulação, meio cruel em razão de asfixia e a questão de gênero em si
A Justiça condenou, na madrugada desta sexta-feira (16), Thiago Guedes Pacheco, 43 anos, a 13 anos e seis meses de prisão. Ele foi julgado por tentar matar a ex-namorada dentro de um veículo, no bairro Hípica, na zona sul de Porto Alegre, em 2019. O resultado saiu por volta de 4h.
Dentro da sentença, foram incluídas quatro qualificadoras: motivo torpe, dissimulação, meio cruel em razão de asfixia e a questão de gênero em si.
O primeiro julgamento ocorreu em 3 de julho deste ano e terminou sem desfecho após cerca de 13 horas de sessão. Na ocasião, a juíza da 4ª Vara do Júri, Cristiane Busatto Zardop, decidiu dissolver o Conselho de Sentença (formado por sete jurados). De acordo com o Judiciário, a decisão da magistrada se deu porque "após desentendimento acalorado entre Ministério Público e defesa, não houve mais condições de dar continuidade ao julgamento".
Relembre o caso
O crime ocorreu em dezembro de 2019, dentro de um carro estacionado em uma rua do bairro Hípica. A vítima começou a ser asfixiada e, segundo denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul, só conseguiu sobreviver porque foi socorrida por um motorista que parou para ajudar quando percebeu as agressões.
Na época, o réu também havia descumprido medida protetiva. Em 2019, chegou a ser preso também em uma operação de combate a feminicídios realizada em todo país, mas foi liberado um dia depois.
Em fevereiro de 2020, voltou a ser preso. Ele foi encontrado em um apartamento no centro de Porto Alegre.
Segundo o Ministério Público, Thiago Guedes Pacheco tem histórico de agressões contra outras nove ex-namoradas desde 2001, com vítimas da Capital, Gravataí, Brasília e de Barcelona, na Espanha. Em janeiro de 2020, Zero Hora conversou com cinco mulheres agredidas pelo homem, que na época estava foragido.
Atualmente, Thiago está na Penitenciária Estadual de Canoas.
Contraponto
Antes do julgamento, o advogado de defesa de Thiago Guedes Pacheco disse que ele tinha sido pré-julgado, que acreditava na absolvição e que teria de ser solto porque já tinha cumprido a pena de forma antecipada.
A reportagem tenta novo contato com a defesa para saber quais medidas devem tomar a partir da condenação e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.