Polícia



Ponto de tráfico

Pai e dois filhos estão entre as quatro vítimas de chacina em Arroio dos Ratos

Com exceção do adolescente de 15 anos, os outros mortos tinham ligações com uma facção criminosa. Eles foram rendidos e executados ajoelhados e os assassinos levaram armas e drogas do local

23/09/2024 - 12h49min


Lucas Abati
Lucas Abati
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As quatro pessoas assassinadas na madrugada de domingo (22) em Arroio dos Ratos estavam rendidas pelos assassinos quando foram executadas com disparos de pistola e espingarda calibre 12. Segundo a investigação, ao entrarem na casa, os assassinos se apresentaram como policiais. 

— Eles estavam ajoelhados quando foram vitimados. Esses indivíduos teriam chegado anunciando que seriam policiais e com isso desmotivaram qualquer reação. Eles renderam as vítimas, recolheram drogas e armas que poderiam ser negociadas e depois tiraram a vida deles — explicou o delegado Fabiano Berdichevski.

Conforme a Polícia Civil, o local do crime era residência de parte das vítimas, mas também era usado como ponto de tráfico de drogas, o que indica a principal hipótese de motivação para o crime. Entre os mortos estão pai e dois filhos: José Antônio da Silva, 56 anos, Maicon Júnior de Oliveira da Silva, 30, e Kauã Oliveira da Silva, 15. O parentesco da quarta vítima, identificada como Antônio Carlos Romeiro Lopes, 59, não foi informado.

Com exceção do adolescente, a polícia afirma que os mortos eram ligados a uma facção criminosa e tinham vínculos antigos com a criminalidade. Foi apurado também que outros parentes foram alvo de homicídio e tentativas de homicídio em outras oportunidades pelo mesmo motivo.

A casa onde aconteceu o crime fica em uma rua com chão batido e aspecto rural. Conforme o delegado, um ponto calmo durante o dia, mas movimentado à noite.

— Durante a madrugada, ele é bem movimentado por ser um ponto de venda de drogas, mas as pessoas que passam aqui pelo município durante o dia talvez nem notariam o que ali se dava, que poderia ocorrer um crime dessa tamanha criminalidade. É um município menor, relativamente tranquilo — destacou o delegado, sobre a cidade com 14,6 mil habitantes.

Na manhã desta segunda-feira (23), Zero Hora esteve em frente ao local. A casa com portas e janelas destruídas ainda estava com as fitas de isolamento. Na vizinhança, as casas estavam fechadas e sem pessoas circulando pela rua.

Ainda sem revelar detalhes para não atrapalhar a investigação, a polícia trabalha com algumas linhas principais, todas ligadas ao tráfico de drogas. Entre elas, a possibilidade de uma disputa com grupo rival da região ou até mesmo disputa interna na mesma facção. Desde o crime, o policiamento está reforçado pela Brigada Militar e Polícia Civil na região.


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