Polícia



Operação Desarmados

Polícia Civil apreende 14 fuzis de facção em operação contra homicídio em São Leopoldo

Armas estavam escondidas no interior do piso de uma casa. Foram removidas as lajotas do chão para ocultar o arsenal. Um homem de 33 anos, que estava no local, foi preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva

02/09/2024 - 11h26min


Leticia Mendes
Leticia Mendes
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Dentro de uma casa, no bairro Boa Vista, em São Leopoldo, no Vale do Sinos, policiais localizaram no último fim de semana um arsenal de uma facção. Foram apreendidos no local 14 fuzis, que pertenceriam a um grupo criminoso. A chamada Operação Desarmados se dá em combate aos homicídios. 

Na casa, que servia como depósito e esconderijo dos armamentos, havia sido montado um esquema para tentar ocultar os armamentos. Os policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) encontraram parte das armas escondidas no interior do piso da casa. Foram removidas as lajotas do chão para ocultar os fuzis. Era preciso acessar o local por um buraco, coberto por lajotas. Havia ainda tonéis no local, que seriam usados para enterrar os fuzis. 

No local, foram apreendidos 14 fuzis — armas com alto poder de fogo, que costumam ser usados pelos grupos criminosos para proteger pontos de tráfico de drogas, intimidar rivais e promover ataques. Desses, 11 são fuzis de calibre 7.62 e três são fuzis de calibre 5.56, fabricadas nos Estados Unidos e na República Tcheca . Ainda foram apreendidos 68 carregadores  não foram encontradas munições na casa. 

Duda Fortes / Agencia RBS
Chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, de terno, diz que esta é uma das maiores apreensões de fuzis feita pela corporação.

— É a maior apreensão de fuzis feita pela Polícia Civil nos últimos anos. Essa operação visava encontrar esses armamentos que vinham sendo trazidos para essa facção. São armas de calibre de guerra, usadas pelo Exército, que estão sendo adquiridas pelo crime organizado. Com certeza iam ser usadas em crimes graves dentro e fora do nosso Estado — disse o chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré.

Ainda segundo a polícia, o prejuízo estimado é de R$ 1,1 milhão cada arma é adquirida por cerca de R$ 80 mil a R$ 100 mil  no mercado ilegal. O DHPP investiga ainda a origem das armas e como elas chegaram a São Leopoldo. Sabe-se que esse tipo de armamento costuma chegar ao Brasil por meio das fronteiras com países, como o Paraguai. 

— As armas eram preparadas, concretadas e guardadas nesses bunkers para serem usadas em momentos oportunos. O que chama atenção é o estado dessas armas. São armas novas, modernas, atuais e que iam ser usadas com certeza para a prática de crimes violentos. Isso nós tiramos de circulação — afirma Sodré.

Preso em flagrante

Um homem de 33 anos, que estava no local, foi preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva. O preso, segundo a polícia, tem diversos antecedentes criminais, por crimes graves, como homicídios, roubos com emprego de arma de fogo e outros vinculados ao narcotráfico. Ele seria o responsável por manter as armas escondidas.

Polícia Civil / Divulgação
Casa fica no bairro Boa Vista, em São Leopoldo.

Investigação 

O resultado da operação foi apresentado na manhã desta segunda-feira (2) em coletiva à imprensa na Cidade da Polícia. O ponto de armazenamento das armas foi descoberto após cerca de dois meses de investigação pela equipe da DHPP de São Leopoldo. 

Os policiais identificaram e passaram a monitorar a casa. Os armamentos pertenceriam à facção criminosa nascida no Vale do Sinos, mas que hoje possui ramificações em praticamente todo o Estado.

A polícia ainda apura há quanto tempo os armamentos estavam armazenados ali e para quais locais seriam distribuídas. Também serão realizados confrontos balísticos para verificar se os fuzis podem já ter sido usados em algum crime. 

— Vamos aprofundar a investigação para identificar possíveis origens destas armas no nosso território. É um trabalho que não é muito simples. Dependemos primeiro de um trabalho pericial, para verificar se conseguimos rastrear a origem e o lote dessas armas. E, depois disso, tentar reconstruir como essas armas vieram parar na mão de criminosos — diz o chefe da Polícia Civil. 


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