Polícia



Viamão

Monitor de comunidade terapêutica é preso por suspeita de agredir, torturar e manter pacientes em cárcere privado

Mais de 20 internos relataram terem sido espancados, algemados e sedados na instituição da Região Metropolitana, que foi interditada na segunda-feira. Proprietário foi detido no mesmo dia em outra clínica da qual é dono, em Cidreira, no Litoral Norte

29/10/2024 - 12h47min


Guilherme Milman
Guilherme Milman
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Polícia Civil / Divulgação
Clínica no bairro Fiúza, em Viamão, foi interditada na segunda-feira (28).

Uma comunidade terapêutica que atende dependentes químicos em Viamão foi interditada por suspeita de agreção, tortura e cárcere privado aos pacientes. O monitor do local foi preso

A ação ocorreu na tarde de segunda-feira (28), no bairro Fiúza. Conforme a delegada Jeiselaure de Souza, da 1ª Delegacia de Polícia de Viamão, mais de 20 internos relataram terem sido espancados, algemados e sedados. Medicamentos seriam prescritos sem receita, e as vítimas, agredidas com tapas e socos.

— Alguns dos internos sofreram fraturas. Pelo menos quatro deles tiveram que ser levados pelo Samu para receber atendimento —  afirma a delegada.

Além das agressões, os pacientes eram submetidos a condições insalubres, alimentados com produtos sem procedência. Foram encontrados no local 22 pacotes de carne de gado sem prazo de validade e sem identificação, e a carcaça de um tatu, que teria sido morto e congelado para consumo. As vítimas alegam que eram forçadas a comer alimentos estragados.

Conforme a polícia, a clínica tinha alvará de funcionamento, concedido pela prefeitura de Viamão, e operava de forma legal. A reportagem procurou o município e aguarda retorno. 

Os internos foram encaminhados para outra clínica da cidade pela Secretaria Municipal de Assistência Social.

Proprietário foi preso em Cidreira

A ação na Região Metropolitana foi um desdobramento da interdição de uma outra clínica, em Cidreira, que, segundo a polícia, praticava crimes semelhantes. O local pertencia ao mesmo proprietário, que foi preso também na segunda-feira, na cidade do Litoral Norte. Os nomes dos suspeitos presos não foram divulgados. 

Um dos internos da clínica de Cidreira teria sido encaminhado contra a vontade para a unidade de Viamão, algemado, segundo relato da vítima,  que diz ter sido agredida durante todo o trajeto.

— Estamos investigando agora se há outros locais desse mesmo dono em outras partes do Estado — complementa Jeiselaure.


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