Litoral Norte
Jovem preso por morte de padrasto planejava voltar a Quintão para enterrar corpo encontrado em freezer, diz polícia
Investigação do crime foi detalhada pelo delegado Antônio Carlos Ractz Júnior, responsável pela apuração, no programa Timeline, da Rádio Gaúcha


Preso após a morte do padrasto em Quintão, no Litoral Norte, o enteado, que confessou o crime em depoimento à polícia, pretendia voltar ao local para ocultar o corpo da vítima, que estava armazenado em um freezer.
O autor confesso, de 23 anos, filho da companheira da vítima, foi preso na noite de terça-feira (4), em Gramado, na Serra, onde morava. O nome dele não foi divulgado pelas autoridades.
O planejamento do preso foi relatado no programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na manhã desta quarta-feira (5), pelo delegado responsável pela apuração do caso, Antônio Carlos Ractz Júnior.
— Ele nos falou que já estava em direção ao Balneário Quintão, mas voltou para casa quando viu as reportagens (do caso) nas redes sociais. Ele pretendia retornar para o Litoral para enterrar o padrasto e, para isso, utilizaria cimento e cal. No fundo do pátio, encontramos um início de um buraco — detalhou Ractz.
O corpo de Milton Prestes da Silva, 55 anos, foi encontrado esquartejado e carbonizado dentro de um freezer na casa onde ele morava com a mãe do suspeito em Quintão, distrito de Palmares do Sul. Ele estava desaparecido desde a última quinta-feira (27).
Aos policiais, o preso admitiu ter cometido o crime com uma faca. Ele disse ter matado o padrasto em razão de supostas agressões feitas contra a mãe dele.
Segundo a polícia, não há registros oficiais de violência doméstica no histórico do casal. O delegado afirma que os indícios apurados até o momento enfraquecem a versão apresentada pelo preso.
Participação da mãe
O autor confesso afirmou que a mãe dele não teve envolvimento no fato.
— Ele nos disse que ela tinha tomado remédios, por isso estaria dormindo e não teria visto nada. Os vizinhos notaram fumaça no final de semana, ela pediu uma pá emprestada para três deles. O que ele nos narrou não bate com a cena do crime. Não descarto a participação da mãe: a prisão dela é imprescindível para a investigação — acrescenta.
A mulher, de 47 anos, não foi encontrada, mas, segundo o delegado, a Polícia Civil já pediu à Justiça a prisão preventiva dela.
Durante as buscas pela suspeita na terça-feira, a Brigada Militar localizou um Gol que teria sido usado por ela na fuga. No porta-malas, os agentes encontraram um serrote, uma corda e restos de carvão.
O enteado ficará preso preventivamente na Penitenciária Modulada Estadual de Osório. Segundo a polícia, ele tem diversos antecedentes criminais, a maioria relacionada ao tráfico de drogas.