Polícia



Mecânico preso

"Pessoa calma, do bem e engraçada", diz neta de idoso que teria sido morto após discussão sobre conserto de carro

Otávio da Rocha Fraga, 76 anos, deixa a esposa, filhos adotivos, netos e bisneto. Homem foi morto em Cachoeirinha e teve o corpo encontrado em Taquara

06/05/2025 - 10h07min


Guilherme Gonçalves
Guilherme Gonçalves
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Mariana Ramos/Arquivo Pessoal
Otávio da Rocha Fraga desapareceu no último sábado após ir a uma oficina mecânica.

"Engraçado, curioso e presente", assim definiu a neta de Otávio da Rocha Fraga, 76 anos, morto no último sábado (3) em Cachoeirinha, na Região Metropolitana. O corpo do idoso foi encontrado na cidade de Taquara, cerca de 50 quilômetros distante do ponto de desaparecimento.

O suspeito de ter cometido o crime é um mecânico de 43 anos, que foi preso em flagrante pela Polícia Civil por homicídio duplamente qualificado. Ele não teve sua identidade revelada.

Otávio deixa a esposa, Loecy; dois filhos adotivos, Luis Otávio e Stelamaris; dois netos, Mariana e Luis Gustavo; e o bisneto, Carlos Eduardo. O aposentado ainda tinha seis irmãos vivos, que também lamentam sua morte.

— Sempre foi um avô querido, muito presente. Uma pessoa sensacional. Era uma pessoa calma, do bem, engraçada, curiosa. Nossa família é muito unida, então os programas dele eram sempre em família. Tanto aqui conosco (com os netos e o bisneto) quanto com os seus irmãos — diz a neta Mariana.

— O meu filho, de um ano e sete meses, era apaixonado por ele — completa.

Idoso também foi mecânico

Antes de se aposentar, Otávio teve uma oficina mecânica. Além de consertar carros, também lidava com ônibus. Por muitos anos, atendeu a Unesul. No Litoral, o idoso tinha uma casa, onde gostava de cuidar do jardim no pátio. 

Otávio nasceu em Viamão e, quando casou, foi viver em Porto Alegre, no bairro Passo das Pedras. Anos depois, para ficar perto dos filhos e netos, o casal se mudou para uma casa em Gravataí. Agora, com mais idade, por questões de segurança, estava vivendo em um bairro tranquilo de Cachoeirinha junto com a filha Stelamaris, que cuidava dos pais.

Segundo os familiares, Otávio gostava de dirigir, mas, devido à idade avançada, passou a usar seu carro apenas para se deslocar a pequenas distâncias. O veículo havia passado por um conserto em uma mecânica de Cachoeirinha dias antes de o aposentado ser morto.

Ele sempre gostou de dirigir. Usava o carro para se deslocar na cidade. Mas agora, por causa da idade, só usava em locais próximos. Ela gostava muito de caminhar. Todos os dias, saía para dar a caminhada dele. Por questões de saúde, para se exercitar, mas também porque gostava de ver o movimento — diz a neta Mariana.

O velório de Otávio ocorrerá nesta terça-feira (6), às 10h, na Capela Municipal de Viamão.

O caso

O mecânico de 43 anos foi preso, ainda na noite de domingo (4), por homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima) e por ocultação de cadáver. 

Conforme a investigação da 1ª Delegacia de Polícia de Cachoeirinha, o suspeito golpeou a vítima com uma barra de ferro na região da cabeça e levou o idoso no porta-malas de um veículo até Taquara, onde deixou o corpo.

— O crime foi cometido por um motivo fútil, após uma discussão entre a vítima e o investigado, devido ao conserto do veículo da vítima — declarou a delegada Luana Medeiros.

O corpo do aposentado foi encontrado na localidade de Santa Cruz da Concórdia, na zona rural de Taquara. O idoso não tinha sido mais visto após ir à oficina mecânica em Cachoerinha.


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