Anuário Brasileiro da Segurança Pública
Rio Grande do Sul registra a menor taxa de roubo de celulares do Brasil em 2024
Apesar do resultado no comparativo nacional, foram 9.687 aparelhos roubados em 2024, o que equivale a 26 por dia ou um por hora


O Rio Grande do Sul registrou a menor taxa de roubos de celulares do Brasil no ano passado. De acordo com o Anuário Brasileiro da Segurança Pública 2025, a taxa a cada 100 mil habitantes caiu 11,5%, passando de 31,5 ocorrências em 2023 para 27,9 em 2024.
O Estado também se destacou em relação à quantidade de furtos de aparelhos, apresentando a segunda menor taxa do país, com 106,2 incidentes a cada 100 mil habitantes no ano passado. Comparando com 2023, o Rio Grande do Sul teve a sexta maior redução do índice, com queda de 14,2%.
O aumento do efetivo policial nas ruas é apontado pelo Comandante-Geral da Brigada Militar (BM), coronel Cláudio Feoli, como a principal razão para a melhoria no cenário.
— Isso permitiu que nós utilizássemos uma série de ferramentas na prevenção, inclusive drones, no patrulhamento dos locais de maior incidência de ocorrência — destacou, mencionando que as regiões de comércio como o Centro e a Avenida Assis Brasil, na Zona Norte, foram alguns dos lugares que receberam maior reforço.
O comandante explica que o sistema de gestão por resultado também é um dos fatores que contribuiu para a redução, porque permite visualizar com clareza qual é o local e o horário de maior incidência. Com esse diagnóstico, as forças de segurança pública conseguem encaminhar recursos humanos e materiais de maneira mais eficaz.
— Isso propiciou que efetuássemos quantidade significativa de prisões em flagrante. E a manutenção desses indivíduos que foram presos em flagrante também contribuiu para a redução desse indicador — avalia o comandante-geral da BM.
Em um trabalho em conjunto com Bombeiros, Instituto Geral de Perícias e Polícia Civil, o Estado desempenha uma operação chamada Mobile, que fiscaliza os locais de revenda dos celulares. O trabalho é focado na verificação dos e-mails cadastrados nos aparelhos, algo que ajuda a investigação a encontrar vendas de produtos ilegais e prender os responsáveis.
— Essa revenda só existe porque, claramente, pessoas acabam adquirindo esses aparelhos pela via do mercado ilegal. Desconfie de um preço muito baixo, o chamado preço view, praticado por algum estabelecimento inescrupuloso e ligue para o 190 para que nós possamos fazer a fiscalização — alerta Feoli.
Um celular roubado por dia
Apesar do resultado positivo no comparativo nacional, o número de celulares levados por criminosos ainda chama a atenção no Estado. Conforme os dados do Anuário, foram 9.687 aparelhos roubados em 2024, o que equivale a 26 por dia — um celular roubado por hora. O resultado caiu 35,2% se comparado a 2023, quando foram 14.931 aparelhos roubados, média de 41 por dia. Foi a terceira maior queda de aparelhos roubados do Brasil, sendo superado apenas por Paraíba (-55,2%) e Piauí (-37%).
Já a quantidade de celulares furtados caiu quase 19,8% no Estado, o que representa a segunda maior redução em relação ao restante do país, ficando atrás apenas de Goiás (-24,9%). Foram 12.939 aparelhos furtados no ano passado — 35 por dia — contra 16.131 em 2023, ano em que a média era de 44 aparelhos subtraídos.
— O ideal seria que nós não tivéssemos nenhum roubo e nenhum furto de celular, mas hoje o aparelho celular é o objeto de desejo da delinquência em todo o país. É importante a gente comemorar — ressalta o comandante geral da BM.
O levantamento nacional ainda divulgou o total de roubos e furtos de celulares por Estado. Nesta categoria, o Rio Grande do Sul assumiu a segunda menor taxa, com 134,1 a cada 100 mil habitantes. O primeiro lugar ficou com a Paraíba, com 126,8. O Estado também teve uma diminuição de 13,7% em relação a 2023, quando obteve uma taxa de 155,4.
— Esse número não nos traz o conforto que nos permita qualquer descanso. Nós vamos perseguir sempre a redução desse indicador, porque, hoje em dia, os celulares não são só um objeto em si. Trazem uma história das pessoas, as fotos de família, documentação — salienta Feoli.