Polícia



Seis anos depois

Dupla é condenada a mais de 20 anos de prisão por espancar e matar adolescente na orla do Guaíba, em Porto Alegre

Haderson Júnior Martins Floriano, 17 anos, foi assassinado no ponto turístico da Capital em setembro de 2019

03/09/2025 - 09h54min


Vinicius Coimbra
Vinicius Coimbra
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Júlia Ozorio
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Reprodução/Facebook
Haderson Júnior Martins Floriano morreu aos 17 anos durante briga perto da Usina do Gasômetro, em Porto Alegre.

Dois homens foram condenados pela morte de Haderson Júnior Martins Floriano, 17 anos. O adolescente morreu após ser espancado na orla do Guaíba, em Porto Alegre, em setembro de 2019. O crime ocorreu após uma briga perto da Usina do Gasômetro. 

O júri da dupla começou na manhã de terça-feira (2) e terminou na madrugada desta quarta (3), na Capital.

Márcio Teles Mendes Felber, 25 anos, foi condenado a 20 anos e quatro meses e seis dias de prisão. Ygor Rodrigues Dupont, 28, recebeu uma pena de 23 anos, três meses e três dias.

Os dois foram responsabilizados por homicídio triplamente qualificado, com as seguintes qualificadoras: motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

A juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva determinou o imediato cumprimento da pena em regime fechado e a expedição de mandado de prisão contra os réus. 

Felber e Dupont foram presos pela Polícia Civil, mas, por decisão do Judiciário, responderam em liberdade ao processo.

A denúncia

O crime foi praticado após uma discussão motivada por provocações e gestos associados a grupos criminosos rivais, segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS).

A vítima foi agredida com socos, chutes, garrafadas e golpes de arma branca, mesmo após cair no chão. O crime foi cometido por mais de uma pessoa, em superioridade numérica, o que reforça a "brutalidade do ato", conforme o MP. A denúncia apontou que os acusados agiram de forma coordenada, com intenção de matar.

Em nota, o promotor de Justiça Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo, que atuou na acusação, destacou a gravidade do caso:

"A violência empregada neste crime revela um desprezo absoluto pela vida humana. A vítima foi atacada de forma covarde, em local público e sem qualquer chance de defesa."

Relembre o caso

Haderson morava com a família no Morro da Cruz, na zona leste de Porto Alegre. Segundo os parentes, ele trabalhava com a entrega de comida no centro da Capital. Na tarde de 29 de setembro de 2019, um domingo, ele saiu de casa e embarcou em um ônibus em direção à Orla.

Por volta das 23h daquele dia, envolveu-se numa briga nas proximidades da Usina do Gasômetro. Foi atacado a chutes, socos e garrafadas — um dos golpes perfurou o seu peito. Haderson foi encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), mas não resistiu aos golpes que atingiram o seu coração.

Contraponto

Até a publicação desta reportagem, Zero Hora ainda não havia recebido retorno das defesas de Márcio Teles Mendes Felber e Ygor Rodrigues Dupont sobre o resultado do júri. O espaço está aberto para manifestação.


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