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Esquartejamento

O que se sabe sobre parte de corpo encontrada em mala na rodoviária de Porto Alegre

Bagagem estava há 12 dias no guarda-volumes do terminal. Polícia investiga relação com restos mortais encontrados há 19 dias na Zona Leste

02/09/2025 - 09h54min


Felipe Kroth
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Guilherme Milman
Guilherme Milman
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Gabriela Plentz
Gabriela Plentz
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Jonathan Heckler/Agencia RBS

12 dias, um homem deixou uma mala, rígida e bem lacrada, no guarda-volumes da rodoviária de Porto Alegre. Ele disse que outra pessoa viria buscar a bagagem, deixou um contato, e se foi. O procedimento é rotineiro no setor, dizem funcionários.

Mas desta vez, o esperado não se confirmou. Ninguém veio buscar o objeto, nem houve resposta no contato deixado. A mala começou a exalar cheiro forte. Os trabalhadores pensaram que poderia haver comida estragada dentro dela e levaram-na, na manhã desta segunda-feira (1º), a uma área externa, para descarte, mas antes resolveram abri-la.

— A gente foi abrindo a mala, estava tudo envolto dentro de sacos pretos, plásticos. A gente pegou uma faca, luva, foi abrindo, abrindo, o cheiro saindo. A gente viu que era uma parte de uma barriga, só aparecia a barriga — contou o supervisor do setor de guarda-volumes da rodoviária, Henrique Rodrigues.

O que estava dentro da mala era o tronco de uma mulher adulta. A polícia foi acionada e agora trabalha para identificá-la, bem como descobrir quem é o homem que deixou a mala no guarda-volumes.

Perguntas e respostas sobre parte de corpo encontrada na rodoviária

Quem é a mulher morta?

Ainda não se sabe. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) fará análise dos restos mortais para tentar confirmar a identidade da vítima. Ainda não há qualquer informação sobre o que teria motivado o crime.

O que houve com as demais partes do corpo?

Existe a hipótese, a ser confirmada ou descartada pelo trabalho do IGP, de que haja relação com restos mortais encontrados no bairro Santo Antônio, na zona leste de Porto Alegre, no dia 13. Na ocasião, a Brigada Militar, acionada por um morador, encontrou membros — também de uma mulher, daí a suspeita de ligação — em sacos de lixo. Neste caso, a perícia indicou tratar-se de uma mulher branca, com cerca de 50 anos, mas a identidade também não foi confirmada.

— Não há nada concreto (de relação entre as ocorrências), é muito recente. Mas, pelos termos circunstanciais dos dois casos, pode ter essa chance — afirma o diretor do Departamento de Homicídios, Mario Souza.

Quem deixou a mala na rodoviária?

Segundo funcionários, foi um homem. Para deixar o objeto no guarda-volumes, ele teve de identificar-se e informar um contato, mas usou dados falsos, de acordo com a polícia.

— Ele deixou um nome e um CPF, que foi averiguado pela Brigada Militar e por nós e não bate com nenhuma pessoa que exista. E deixou um destinatário, o destinatário, sim, bate com uma pessoa — revela a delegada Raissa Araújo, responsável pela investigação.

Imagens de câmeras de monitoramento da rodoviária, às quais a polícia já teve acesso, serão usadas para identificá-lo.

Quais os próximos passos da investigação?

O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, que busca, alinhado ao IGP, confirmar:

  • a identidade da vítima, por meio de perícia nos restos mortais;
  • se é a mesma vítima do caso do Santo Antônio, por análise de DNA;
  • a identidade do homem que deixou a mala na rodoviária, por meio das imagens de videomonitoramento;
  • o que motivou o esquartejamento da mulher e quando e em que circunstâncias o crime aconteceu.

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