Crime
"Estou com medida protetiva, mas tenho medo que aconteça algo pior", diz mulher que teve o carro incendiado na Cidade Baixa
Homem foi visto derramando combustível sobre o veículo e fugindo após o ato


A proprietária de um veículo que foi incendiado (veja abaixo) na madrugada deste sábado (25), em Porto Alegre, teme pela própria segurança e acredita que a ação foi premeditada. O fato aconteceu na Rua João Alfredo, no bairro Cidade Baixa.
A mulher tem 34 anos, trabalha como gerente de bares e restaurantes e preferiu ter não ter o nome identificado. Ela relata que as circunstâncias que antecederam o incidente evidenciam a motivação do ato. É que ao longo da semana, ela e o ex-companheiro tiveram desentendimentos. Primeiro, uma discussão presencial, e depois, por telefone.
- Tenho um ex-companheiro que também é meu ex-patrão. Nunca tivemos uma relação oficial. Tínhamos nos afastado há três semanas por causa do ciúmes dele. Na segunda-feira, ele tentou se reaproximar. Conversamos na terça. Fui na casa dele e ele me agrediu. Me deu tapas no rosto, pegou pelo pescoço, me derrubou e me chutou. Voltei para minha casa. Na quarta-feira pela manhã, ele estava na porta do meu apartamento com discurso de arrependimento. Apaziguei e não denunciei – conta a mulher.
Na sexta-feira, enquanto trabalhava, a mulher mais uma vez foi vítima de agressões pelo WhatsApp. A discussão foi encerrada quando ela bloqueou o número do homem junto do pedido de que ele não a procurasse mais. Momentos depois, ela deparou com o próprio carro incendiado:
– Ele sabia que eu estaria na João Alfredo, na despedida de uma amiga. Saí e vi meu carro pegando fogo. Testemunhas me falaram que viram que foi um homem branco, que após colocar fogo, entrou em uma Ecosport preta. Tudo indica que ele é o suspeito.
A mulher foi à delegacia e registrou boletim de incêndio culposo. Lá, foi aconselhada a denunciar também a agressão que sofreu durante a semana.
– Fiz exame de corpo delito onde mostrei meus hematomas. Tenho suporte de amigos e familiares. Desde hoje (sábado), estou com medida protetiva, mas tenho medo que aconteça algo pior – desabafa a vítima.
Fuga após o crime

Informações da ocorrência registrada pela Brigada Militar trazem o relato de uma testemunha que, minutos antes do incidente, teria visto um homem com um galão de gasolina na mão jogando o combustível sobre o carro da vítima, um Ford Ka vermellho. Momentos depois, o mesmo homem teria fugido após entrar em uma Ecosport preta.
Ainda, segundo a ocorrência, o veículo incendiado foi recolhido pelo guincho para ser submetido à perícia.
Conforme o Corpo de Bombeiros, a guarnição foi acionada pouco antes da 1h. O fogo estava concentrado no motor do veículo e pode ser combatido com 500 litros de água e espuma. As chamas foram extintas em 15 minutos.
A Polícia Civil foi procurada para informar sobre o caso, mas até a publicação desta reportagem não houve retorno.