Falsa facção
Golpistas do RS se passavam por acompanhantes e membros do PCC para extorquir vítimas pelo WhatApp
Dois homens foram presos no Litoral Norte nesta quinta-feira em uma operação feita pela Polícia Civil do Distrito Federal


A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, nesta quinta-feira (6), dois homens no Rio Grande do Sul em uma operação de combate a uma quadrilha especializada em extorsão e fraudes pela internet.
Foram alvos da ofensiva endereços em seis municípios gaúchos: Esteio e Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, Osório, Arroio do Sal, Tramandaí e Torres, no Litoral Norte. Também foi cumprida uma ordem judicial em Itapema, Santa Catarina.
Conforme a polícia, o caso que deu origem à operação teve como vítima um morador de Brasília. Ele começou a receber ameaças depois de conversar com profissionais de um site falso de acompanhantes criado pela quadrilha.
— Enganavam as pessoas se passando por uma garota bonita, que conversava com os clientes. Na verdade, eram membros da quadrilha: o site e as fotos das acompanhantes eram falsos. Depois, ameaçavam a vítima no WhatsApp dizendo ser do PCC (a facção criminosa Primeiro Comando da Capital). Falavam que ele tinha tomado o tempo da menina e que precisava pagar determinado valor, senão seria morto junto com a própria família — explicou Welington Barros Pereira, delegado responsável pela investigação.
A vítima fez transferências que somaram R$ 1 mil. No entanto, ela continuou recebendo contatos dos golpistas e decidiu acionar a polícia, que iniciou a investigação em janeiro de 2024.
A partir da quebra do sigilo bancário, os agentes descobriram que a quadrilha movimentou ao menos R$ 2,6 milhões e que o grupo não pertencia à organização criminosa. A polícia também identificou indícios de lavagem de dinheiro.
Por conta da movimentação financeira, a polícia diz acreditar que há mais vítimas do crime no país, o que será apurado durante a análise dos objetos apreendidos na operação.
Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva nesta quinta-feira. Dois alvos, que não tiveram os nomes divulgados, foram presos em Osório; eles responderão por lavagem de dinheiro, extorsão e organização criminosa. O terceiro suspeito não foi encontrado e segue foragido.
Chamada de Fake Faction – "falsa facção", em uma tradução para o português –, a investigação foi feita pela 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal, com apoio da Polícia Civil gaúcha no cumprimento das ordens judiciais no Estado.