Operação Millenium
Militar é alvo de operação contra grupo que usava bar como ponto de venda de drogas em Canoas
Casal é suspeito de cooptar jovens para atuar na venda de entorpecentes de dentro do estabelecimento e por telentrega


Um grupo criminoso suspeito de tráfico de drogas em Canoas é alvo de uma operação da Polícia Civil nesta quinta-feira (6). Foram cumpridos seis mandados de prisão e cinco de busca e apreensão no município.
Dos seis alvos da Operação Millenium, três já se encontravam recolhidos no sistema prisional. Um dos presos é um soldado das Forças Armadas que atua na Base Aérea de Canoas.
Segundo a investigação, a organização mantinha um ponto de vendas em um bar localizado no bairro Estância Velha, chamado Casa do Gambá. Dentro do esquema, um casal manteria contato com um detento da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), suspeito de organizar o fornecimento das drogas.
Segundo a polícia, os dois cooptavam jovens para realizar a venda, de dentro do bar ou por telentrega. As investigações tiveram início após uma tentativa de latrocínio, em que o autor era um adolescente. Ele teria sido designado pelo casal a comercializar os entorpecentes.
— A gente começou a investigar esse adolescente e percebeu que existia um vínculo ao tráfico de drogas, com uma liderança da Pasc. Mas antes de chegar nesse adolescente, o fornecimento é feito por um casal, que adquire essa droga do fornecedor e utiliza o menor e outros indivíduos para fazer a comercialização — explica a delegada Luciane Bertoletti, da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidas 80 porções de cocaína, 12 de maconha, uma balança de precisão e seis telefones.
Papel do militar
Entre os suspeitos de comercializar as drogas está um jovem de 19 anos, que atua como soldado na Base Aérea de Canoas. Não foi identificada nenhuma atividade ilícita praticada dentro da corporação. Fora do serviço, ele atuaria no tráfico de drogas no bar.
As investigações apontam que o soldado vendia, preparava as drogas e usava uma conta bancária em seu nome para receber os valores que vinham do esquema.
— Ele recebe esses valores e repassa para o casal, mas fica com uma parte — complementa a delegada.