Crime organizado
Três mortos em distribuidora e militar executado por engano; polícia prende suspeito de coordenar ataques em Porto Alegre
Confrontos na Zona Norte resultaram em pelo menos seis homicídios consumados e quatro tentados, segundo a investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)

Na noite de 22 de julho deste ano, um grupo estava em frente a uma distribuidora de bebidas, na zona norte de Porto Alegre, quando foi surpreendido por criminosos, que abriram fogo, atirando com pistolas de calibre 9 milímetros. Três pessoas morreram e outras quatro foram alvejadas pelos bandidos.
O crime aconteceu por volta das 23h10min na Rua Adelino Ferreira Jardim, próximo à esquina com a Avenida Martim Félix Berta. Os feridos foram uma adolescente de 14 anos, um homem e uma mulher.
Este ataque é um dos atribuídos a um grupo criminoso de Porto Alegre, alvo de operação da Polícia Civil nesta terça-feira (4). A ofensiva do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) resultou na prisão de um suspeito de ser uma das lideranças da organização durante a Operação Finis Belli - Fase II.
Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do investigado, policiais da 5ª Delegacia de Polícia de Homicídios encontraram uma pistola de calibre restrito, adulterada com seletor de rajada – mecanismo que permite diversos disparos com um único acionamento do gatilho.
Esse tipo de dispositivo, que aumenta a capacidade de letalidade do armamento, costuma ser usado por grupos criminosos envolvidos em homicídios. O investigado foi preso em flagrante.
Segundo a investigação, os confrontos envolvendo este mesmo grupo criminoso resultaram em, pelo menos, seis homicídios consumados e quatro tentativas.

Execução de militar
Outro caso atribuído ao mesmo grupo aconteceu no bairro Rubem Berta, também na zona norte de Porto Alegre. O militar da Marinha Robson Eduardo dos Santos, 21 anos, foi executado a tiros. Ele não tinha antecedentes criminais.
O crime aconteceu na Rua São Francisco, na noite de 20 de agosto deste ano. A suspeita da polícia é de que Santos tenha sido executado pelos bandidos por engano.
Uma semana antes, outro homem havia sido executado no mesmo bairro. Vinicius Nunes da Silva, 22 anos, foi atingido por dezenas de disparos. Ele utilizava tornozeleira eletrônica.
A primeira fase da Operação Finis Belli teve como foco os executores diretos dos homicídios. Com o aprofundamento das investigações, segundo a polícia, foi possível identificar as lideranças que coordenaram as ações criminosas. Ao todo, a ofensiva já resultou em sete prisões, além da apreensão de armas de fogo e munições.
— A prisão de hoje é visa exatamente a responsabilização de todos envolvidos na prática desse crime tão grave — afirma o delegado Mario Souza, diretor do DHPP.