Rede de proteção
"Não maquie, denuncie": governo do RS lança campanha de prevenção à violência contra a mulher
A ação é uma iniciativa da Secretaria da Mulher, recriada neste ano pelo governo Leite


O governo do Estado lançou nesta quarta-feira (3) uma campanha de combate à violência contra a mulher. A ação publicitária tem o slogan "Não maquie, denuncie" e já começou a ser divulgada em vídeos nas redes sociais.
Nesta quarta, uma propaganda irá ao ar também ressaltando que uma mulher é vitima de feminicídio a cada quatro dias no Rio Grande do Sul. A ação é uma iniciativa da Secretaria da Mulher, recriada neste ano.
O governador Eduardo Leite apresentou dados que apontam que 70% das mulheres vítimas de feminicídio não tinham boletim de ocorrência contra agressões anteriores:
— É de difícil percepção, mas os sinais estão emitidos, muitas vezes são tolerados, são disfarçados pela sociedade. E o que a gente quer é que as pessoas se indignem, que elas não aceitem, que elas, percebendo esses sinais, procurem os canais de denúncia.
De acordo com Leite, o poder público não tem capacidade sozinho de observar todos sinais que antecedem um feminicídio, por isso, é necessária a colaboração da população:
— Se a sociedade nos ajudar a trazer esses sinais para a nossa rede, desde a Unidade Básica de Saúde ao Centro de Assistência Social e ao Centro de Referência da Mulher, a gente consegue entrar em campo para evitar que casos de violência se transformem em feminicídios.
Para 2026
No evento de lançamento da campanha, a secretária da Mulher, Fábia Richter, fez um balanço sobre as políticas públicas implementadas no âmbito de combate à violência. De acordo com a Política Estadual de Mulheres, estão previstos três novos Centros Regionais de Referência da Mulher Gaúcha e 135 vagas em abrigos para mulheres a partir do primeiro trimestre de 2026.
Já sobre as duas Casas da Mulher Brasileira (CMB) — outro espaço de acolhimento — a secretária afirmou que, em Porto Alegre, a unidade já está em processo de contratação de sondagem da área. Em Caxias do Sul, a documentação está em fase finalização de cessão de uso:
— São vários serviços, toda a cadeia de atendimento, desde o momento do acolhimento, todo o aparato judicial, Ministério Público, Defensoria, até ela ser cuidada, amparada e encaminhada para algum serviço — explicou Fábia sobre a CMB.
Outra novidade é que, a partir de janeiro de 2026, a rede de proteção à mulher estará acessível via GurIA — assistente virtual do governo estadual. O objetivo é facilitar a localização e o acesso aos contatos da rede e aos canais de denúncia disponíveis.
Com previsão de início de operação para maio de 2026, o Sistema Violeta deve realizar um monitoramento de risco. De acordo com a pasta, o sistema integra áreas como saúde, educação, Justiça e assistência social, promovendo o cuidado à mulher no seu contexto familiar, social e profissional. O intuito é "antecipar riscos, gerar alertas automáticos e articular políticas públicas baseadas em evidências para prevenir e combater à violência de gênero".
Como pedir ajuda
Brigada Militar – 190
- Se a violência estiver acontecendo, a vítima ou qualquer outra pessoa deve ligar imediatamente para o 190. O atendimento é 24 horas em todo o Estado.
Polícia Civil
- Se a violência já aconteceu, a vítima deve ir, preferencialmente à Delegacia da Mulher, onde houver, ou a qualquer Delegacia de Polícia para fazer o boletim de ocorrência e solicitar as medidas protetivas.
- Em Porto Alegre, a Delegacia da Mulher na Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia, no bairro Azenha. Os telefones são (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172 ou 197 (emergências).
- As ocorrências também podem ser registradas em outras delegacias. Há DPs especializadas no Estado. Confira a lista neste link.
Delegacia Online
- É possível registrar o fato pela Delegacia Online, sem ter que ir até a delegacia, o que também facilita a solicitação de medidas protetivas de urgência.
Central de Atendimento à Mulher 24 Horas – Disque 180
- Recebe denúncias ou relatos de violência contra a mulher, reclamações sobre os serviços de rede, orienta sobre direitos e acerca dos locais onde a vítima pode receber atendimento. A denúncia será investigada e a vítima receberá atendimento necessário, inclusive medidas protetivas, se for o caso. A denúncia pode ser anônima. A Central funciona diariamente, 24 horas, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil.
Defensoria Pública – Disque 0800-644-5556
- Para orientação quanto aos seus direitos e deveres, a vítima poderá procurar a Defensoria Pública, na sua cidade ou, se for o caso, consultar advogado(a).
Centros de Referência de Atendimento à Mulher
- Espaços de acolhimento/atendimento psicológico e social, orientação e encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência.
Ministério Público do Rio Grande do Sul
- O Ministério Público do Rio Grande do Sul atende o cidadão em qualquer uma de suas Promotorias de Justiça pelo Interior, com telefones que podem ser encontrados no site da instituição.
- Neste espaço é possível acessar o atendimento virtual, fazer denúncias e outros tantos procedimentos de atendimento à vítima. Para mais informações clique neste link.