Operação
Mantega é alvo de condução coercitiva em nova fase da Zelotes
Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram ação contra empresa de amigo do ex-ministro
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram, na manhã desta segunda-feira, nova fase da Operação Zelotes, que investiga esquema de compra de votos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi alvo de condução coercitiva – quando o investigado é conduzido para prestar depoimento.
Devido à operação, Mantega foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. No total, são cumpridos 30 mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva nesta segunda-feira.
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O jornal O Estado de S.Paulo informa que a empresa Cimento Penha, do empresário Victor Garcia Sandri, amigo de Mantega, também é alvo da ação. Conforme a reportagem, a Cimento Penha teria pago a Valmar Fonseca de Menezes, então conselheiro do Carf, para anular débitos.
O MPF sustenta que o ex-ministro nomeou, em junho de 2011, Valmar e também o então conselheiro José Ricardo da Silva – já condenado na Zelotes – para a câmara que analisou o caso de seu amigo. Com a medida, segundo o jornal, a Cimento Penha conseguiu abater débito de R$ 106 milhões em julgamento no Carf.
De acordo com O Estado de S. Paulo, Mantega já teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados. Também foram ordenadas as mesmas medidas em relação à Coroado Administração de Bens, empresa do ex-ministro petista.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal também pediram à Justiça Federal mandado de condução coercitiva contra o ex-secretário da Receita Federal Otacílio Cartaxo. O então conselheiro do Carf Valmar Fonseca de Menezes era ligado a Cartaxo e conhecido entre os auditores como o "carregador de pasta" do ex-secretário, que já presidiu o Carf. Menezes também foi alvo de mandado de condução coercitiva.
A defesa de Mantega disse que "não há o que recear" sobre as investigações relacionadas ao nome do ex-ministro.
– Ele não tem nada a esconder – afirmou o criminalista José Roberto Batochio.