Mais polêmica
Obrigatoriedade de instalação de GPS e máquinas de cartões de crédito e débito divide taxistas
Gestão da frota em tempo real por rastreador é a medida mais criticada
Os taxistas da Capital não saem do noticiário. Primeiro, foi a polêmica dos uniformes. Agora, é a obrigatoriedade de instalação de GPS e de máquinas de cartões de crédito e débito que divide a categoria. A EPTC afirma que a gestão da frota em tempo real e a nova opção de pagamento das corridas trarão benefícios para motoristas e passageiros. Muitos taxistas concordam, mas outros têm dúvidas e querem mais explicações sobre o funcionamento dos novos serviços.
Rafael questiona objetivos do rastreamento
Em qualquer rodinha de taxistas, assunto é que não falta. Nas últimas semanas, porém, os buracos e a tranqueira no trânsito foram substituídos por temas mais urgentes, como a nova vestimenta (camisa azul e calça em tom escuro), os rastreadores e a nova forma de pagamento. Para o taxista Rafael Figueiredo de Oliveira, 34 anos, o controle da frota não resultará em mais segurança.
- Eles querem saber aonde o cara vai e a quantidade de horas que faz - critica Rafael.
- Meu carro já tem GPS, o patrão sabe exatamente onde estou agora - lembrou outro taxista.
Rogério apoia pagamento por cartão
Motoristas que recebem comissão têm uma dúvida sobre o uso da máquina de cartão. Eles receberão o valor correspondente no final da jornada ou um mês depois - se o pagamento foi feito no crédito? O taxista Rogério Silveira, 48 anos, que adotou a máquina há três meses, recebe o valor no final do dia após acerto com o patrão.
Segundo ele, 10% dos seus clientes já pagam a corrida com dinheiro de plástico. Entusiasta da modalidade, ele aponta outras vantagens.
- Se o cliente só tem notas de valor alto e não tenho troco, ele pode pagar a corrida se tiver cartão de crédito ou débito. Se sou o último da fila no ponto, mas o único com máquina, passo na frente dos outros se o cliente quer pagar com cartão - comemora Rogério.
Ferramenta de gestão
O diretor presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, lembra que todas estas medidas foram determinadas pela Lei Geral dos Táxis, aprovada em fevereiro deste ano. Para Cappellari, a nova ferramenta de gestão em tempo real do serviço ampliará a segurança dos taxistas. Segundo o diretor da EPTC, a presença das máquinas de cartão reduzirá a quantidade de dinheiro de papel nos veículos. Por meio do GPS, motoristas poderão acionar a central de comando para o deslocamento de viaturas da fiscalização ou de órgãos de segurança em caso de emergência.
- Também servirá para saber quem está fora de operação e para reposicionar veículos em função da demanda em algum ponto da cidade - explicou Cappellari.
A reportagem entrou em contato com o Sindicato dos Taxistas (Sintáxi), mas não obteve retorno.
Nos veículos
- GPS - a partir de setembro
- A empresa Show Prestadora, de Maceió (AL), fará a instalação do sistema de rastreamento eletrônico.
- O GPS começa a ser instalado em 90 dias.
- A empresa cobrará R$ 49,59 por mês da EPTC para a manutenção do sistema em cada táxi.
- O custo mensal para o permissionário será de R$ 76,84 (valor equivalente a 17 bandeiradas. A bandeirada custa R$ 4,52).
O sistema
- O GPS permitirá definir o tempo de operação do taxímetro de cada táxi. Para compensar o gasto extra dos taxistas (R$ 76,84 mensais), a EPTC autorizou, no final de fevereiro, a cobrança de bandeira 2 a partir das 20h nos dias de semana (antes, começava às 22h). Aos sábados, o valor elevado pode ser cobrado a partir das 15h (antes, também começava às 22h).
- Máquina de cartões - até setembro.
- Dos 3.920 táxis da Capital, pouco mais de mil contam com o equipamento.
- Os taxistas terão 90 dias para instalar a máquina que aceita pagamento por cartão.
- Em abril, Banrisul e EPTC assinaram convênio para facilitar a aquisição do equipamento pelos permissionários dos táxis.
- A máquina Vero aceita transações com cartões da Visa, MasterCard, VerdeCard e Banricompras.
- O aluguel tem um custo mensal de R$ 29,90. Cerca de 700 já adquiriram.