Acordo
Aprovado reajuste de 8% no salário dos rodoviários de Porto Alegre
Após três semanas de negociação, categoria aceitou proposta da patronal
Foi aprovado na manhã desta quarta-feira o reajuste de 8% no salário dos rodoviários de Porto Alegre. Em votação que durou mais de 20 horas, realizada nas garagens das empresas de transporte coletivo de Porto Alegre, os trabalhadores aprovaram a proposta da patronal.
Além do reajuste, ficou estabelecida na convenção o fim em definitivo da cláusula do banco de horas, recebimento de metade do tíquete refeição no período de férias e aumento de R$ 19 para R$ 21 reais no valor do vale. Foram 3.548 votos a favor e 1.029 contra a proposta.
- Além de ter sido um bom resultado, foi um fato inédito em Porto Alegre. Pela primeira vez, a categoria, os mais de 8 mil rodoviários, tiveram o direito de votar sobre o seu próprio salário, sendo que, destes, cerca de 54% compareceram - comemora Adair da Silva, presidente do Sindicato dos Rodoviários.
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Para o Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa), a decisão da categoria, três semanas após o início das negociações, foi "transparente e representativa".
- É o reflexo de um sindicato (dos rodoviários) com representatividade e legitimidade, diferente do ano passado, que estava segmentado e acabava mais atrapalhando do que ajudando nas negociações - avalia Alceu de Mello Machado, coordenador jurídico do Seopa.
Na pauta de reivindicações inicial, protocolada na Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) no dia 5, o aumento salarial exigido pelos rodoviários era de 11,5% (6,5% referentes à inflação do último ano e 5% de ganho real). Eles pediam ainda o aumento no valor do tíquete-refeição (de R$ 19 para R$ 23,75) e a redução da jornada de trabalho para seis horas.
A convenção entre as empresas e os rodoviários é pré-requisito para que as empresas solicitem à Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) a revisão tarifária. Gastos com pessoal representam aproximadamente 50% do valor da passagem; por isso, a negociação é determinante para o cálculo. Com a negociação salarial, um novo reajuste é possível. Atualmente, a tarifa é de R$ 2,95, a sexta mais cara entre as capitais brasileiras.
* Zero Hora